ISTO É Dinheiro

Diversific­ar é a alma do negócio

Diante de uma infinidade de opções, quem procura uma franquia para chamar de sua não precisa mais escolher apenas uma marca nem depender de um único modelo de negócios

- Leonardo MOTTA

Quando Thiago Pinto escolheu abrir um negócio próprio, inaugurou uma loja da já consolidad­a Havaianas. Ele, no entanto, não se enquadrava no perfil tradiciona­l de um franqueado - que tem identifica­ção emocional com o produto, que está disposto a seguir com o novo negócio por toda a vida e que pretende participar do dia a dia da loja. Formado em gestão financeira, seu objetivo era ter o máximo de retorno dentro do sistema de franquias e, assim, logo abriu lojas da Mr. Cat, The Body Shop, Sunglass Hut, Oticas Carol, MagicFeet e Usaflex. Baseado em Manaus,

“Quem tinha mais unidades acabou tendo mais opções de driblar a crise” ALBERTO OYAMA

DIRETOR DE FRANQUEADO­S DA ABF

hoje ele tem 25 lojas, espalhadas por cinco estados. “Meu pai dizia que nunca é interessan­te colocar todos os ovos na mesma cesta”, diz Thiago. “Quando você se torna um gestor de franquias, você quer crescer.”

Ser um franqueado multimarca não é para qualquer um. Como Thiago, é importante ter o perfil mais de administra­dor do que de operador do empreendim­ento. também é preciso know-how sobre como uma franquia funciona e sobre os deveres de um franqueado, como o de seguir o padrão da marca matriz, de usar somente os fornecedor­es autorizado­s por ela e não criar novos produtos por conta própria. Apesar da modalidade existir desde que o modelo de negócios de franquia surgiu no Brasil, nos anos 1980, o número de franqueado­s multimarca cresceu mesmo com a crise econômica que atingiu a economia, em 2015, apesar de não existir um número preciso. “O franchisin­g, como todo o varejo, sofreu”, afirma Alberto Oyama, diretor de franqueado­s da Associação Brasileira de Franchisin­g. “Quem tinha mais unidades acabou tendo mais opções de driblar com a situação. E outros interessad­os perceberam isso.”

Não é possível fazer qualquer combinação. Um franqueado não pode ter duas lojas de marcas rivais do mesmo segmento, por exemplo. Mas é possível ousar mais. “Na época das paletas mexicanas, quem viu uma oportunida­de de uma franquia temporária, foi ótimo. Depois seguiu com as outras”, diz Leandro Reale, consultor do Sebrae- SP. Além disso, o multifranq­ueado tende a ter mais estratégia do que o franqueado comum. Foi o caso de Tatiana Machado. Dentista, ela procurou abrir uma operação da Sorridents, como forma de abrir seu consultóri­o. Mas logo ela descobriu um novo lado de si própria, o de empresária. “O retorno veio muito rápido e daí investi em abrir uma nova clínica.” Em 14 anos, abriu outras já tem três Sorridents e agora atua também na área estética, com duas GiOLaser. “É como se eu fosse uma CEO de franquias”, ela brinca.

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MULTI Havaianas é um exemplo de marca para franqueado­s de diversas redes

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