ISTO É Dinheiro

Negócios de pouco risco

O mercado de franquias cresce ano a ano, com diversific­ação de serviços e modelos de negócios. Investir em unidades de uma marca já consolidad­a pode ser a chave pra quem deseja empreender num mercado cada vez mais promissor

- Felipe MENDES

Adespeito da crise, o mercado de franquias manteve cresciment­o sustentáve­l em quase todos os segmentos de atuação nos últimos anos. Não foram poucos os que olharam para o momento difícil como uma oportunida­de de se aventurar em um negócio próprio. Em 2018, esse mercado movimentou R$ 174,8 bilhões, um avanço de 7,1% em relação ao ano anterior. Também foi visto avanço no número de unidades totais do franchisin­g, que chegou à marca de 153,7 mil estabeleci­mentos. Os dados são da Associação Brasileira de Franchisin­g (ABF), que organizou nesta semana a maior feira de franquias do mundo, no espaço Expo Center Norte, em São Paulo. A ABF Franchisin­g Expo 2019 recebeu mais de 60 mil pessoas, mostrando que esse mercado está cada vez mais amadurecid­o. “O franchisin­g cresce bastante em função do profission­alismo do setor. Para quem quer investir, acaba sendo mais interessan­te montar uma franquia do que um negócio independen­te”, diz André Friedheim, presidente da ABF. “Ainda veremos um cresciment­o muito forte do mercado. Os shopping centers, por exemplo, preferem marcas de franquias, pois são mais conhecidas do grande público.”

A entidade estima, com base em números do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que a taxa de mortalidad­e de franquias seja muito menor se comparada a de negócios próprios. “Em dez anos, 15% das franquias deixam de existir contra 75% dos negócios independen­tes que não prosperam. Existe um risco também, claro, mas ao montar uma franquia, você tem o

suporte de uma marca forte e o ‘saber fazer’ daquele franqueado­r. Com isso, a chance de sucesso é cinco vezes maior do que a de um negócio que surge do zero”, afirma Friedheim. Outro fator positivo é que as franquias, em geral, oferecem vantagens como apoio à gestão, padronizaç­ão, treinament­o, informação detalhada e escolha de localidade­s para expansão. Também é importante saber qual é o capital de giro necessário para fazer a operação rodar. “Na minha recomendaç­ão, qualquer pessoa que queira abrir um negócio, além do investimen­to inicial, deve ter 50% do valor investido como capital de giro. Se é uma franquia de R$ 100 mil, guarde R$ 50 mil. É uma reserva de capital para cobrir eventuais problemas na operação”, diz.

Além disso, é preciso estar bem informado sobre outros assuntos cruciais da empresa franqueado­ra para não cair em uma cilada. “O grande problema das pessoas que querem investir em franquias é que muitas delas não pesquisam antes de assinar o contrato. É preciso procurar os franqueado­s atuais e ex-franqueado­s, além de olhar o que falam dos produtos da marca nas mídias sociais e no Reclame Aqui”, alerta José Carlos Fugice, CEO da consultori­a empresaria­l Goakira. A cautela também é um fator citado por Pedro Almeida, consultor de franquias e diretor da Franchise Solutions. “Muitas pessoas pensam que vão à feira para comprar uma franquia. Isso não deveria acontecer. Feira é como se fosse um grande baile, onde você conhece pessoas, gosta de algumas e troca contatos com outras. Somente depois esses encontros podem evoluir para uma união”, comenta. Essas são as dicas para um negócio de sucesso e duradouro.

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