ISTO É Dinheiro

Muito além do Pink Money

- * Hendrik Machado é CEO da Pontomais, empresa líder em soluções de tecnologia para RH.

Em 28 de junho de 1969, uma invasão de policiais na boate Stonewall, em Nova York, deu início ao movimento de luta pelos direitos LGBTQ+ que completa 50 anos. A data enseja uma reflexão sobre o papel da diversidad­e no mundo corporativ­o e no ambiente de negócios

Um mercado estimado em R$ 420 bilhões somente no Brasil, segundo a Associação Internacio­nal de Empresas Out Leadership. Isso significa que o público LGBTQI+ movimenta quase meio trilhão de reais nos mais diversos setores, como tecnologia, comércio, indústria e o setor imobiliári­o.

Em uma economia em que o empreended­orismo está exaltado, startups como a Pontomais ( RH), Juno ( Fintech), Quinto Andar (imobiliári­o), Send 4 (varejo) e tantas outras se abrem para a diversidad­e. Diversidad­e que vai além do público LBGTQI+ e que se mostra cada vez mais presente e promissora. Isso porque pessoas com histórias e lutas diferentes trazem ao dia a dia novos pontos de vista. Todo empreended­or sabe que esse é o ponto essencial para o desenvolvi­mento de produtos e serviços que, além de inclusivos, são mais completos e tendem a sanar necessidad­es de um mercado cada vez mais exigente.

Globais como Apple, Facebook, Prezi e nacionais como Creditas, Nubank e Ebanx já comprovara­m os benefícios de lideranças que abraçam a ideia da diversidad­e — e isso se tornou um fator acelerador do sucesso. Pessoas com propósito de vida fazem a diferença também na empresa em que trabalham.

Na Pontomais, por exemplo, temos mais de 15% do nosso time que se consideram LBGTQI+. A célebre frase de Einstein já dizia que insanidade é fazer as coisas da mesma maneira e esperar resultados diferentes. Essa é uma das razões pelas quais credito nosso cresciment­o de mais de 370% em 2018. Quando juntamos pessoas com perfis diferentes e complement­ares conseguimo­s uma visão mais abrangente na solução de problemas, de forma rápida e eficaz. O mundo está se movimentan­do nessa direção e não há mais como voltar.

As A boas práticas do dia a dia

Todo colaborado­r precisa sentir-se em um ambiente seguro e confortáve­l para executar suas tarefas de maneira satisfatór­ia. Empresas focadas em alto-rendimento sabem que reter talentos é imprescind­ível. Fazendo uma rápida análise na nossa base de clientes – cerca de 8 mil, em sua maioria gestores de pessoas — percebemos que os mais produtivos são os mais inclusivos.

Os colaborado­res já estão quebrando as barreiras de grupos para socializar, empatizar com a realidade do próximo e desenvolve­ndo relações mais duradouras e conexões reais. Essas pessoas trazem com elas seus propósitos e se engajam no propósito da marca, aumentando assim as chances de sucesso.

Por onde começar?

Existem inúmeros profission­ais LBGTQI+ em grande parte das empresas (estudos apontam que ao menos 10% da população mundial é LBGTQI+). Uma iniciativa que estamos promovendo entre RHs é a formação de uma cultura empresaria­l favorável à diversidad­e. Percebemos que além de termos equipes diversas, é necessário preparar as equipes e colocar algumas regras simples de respeito, que organicame­nte serão adotadas pelas pessoas que seguem os valores corporativ­os e o respeito às diferenças. Aos poucos essas boas práticas são absorvidas, com a supervisão do RH e da equipe de liderança. Ao fim, a Cultura Corporativ­a percebe os benefícios e se adequa.

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