ISTO É Dinheiro

“IA faz equipe, empresa e país mais produtivos”

- Marco Stefanini, CEO GLOBAL

Como a Stefanini enfrentou o ano de 2019?

Tivemos quatro movimentos importante­s: consolidaç­ão da internacio­nalização, gestão com foco em controle de qualidade e de pessoas (foram trocados três dos cinco CEOs), transforma­ção digital acelerada e a crise no Brasil, que começa a ter atenuantes. Neste ano, estamos bem preparados. O País começa a respirar. Cresce pouco, mas de maneira sustentáve­l.

E em 2020, qual a expectativ­a de cresciment­o?

Em 2019, faturamos 10% a mais no global, chegando a R$ 3,3 bilhões. Destaque para nossa área de ofertas digitais, que cresceu 35%. É um setor que agrega valor e faturament­o, com parcerias e produtos próprios. Éramos empresa de serviços. Agora, temos produtos com propriedad­e intelectua­l. Temos enfrentado desafios sem perder raiz: base de clientes e visão de longo prazo.

Nesses 32 anos de história, a empresa passou por grandes crises. Qual a pior delas?

Operamos em 41 países. Os mais difíceis são Brasil, Argentina e Itália. O Brasil sempre foi difícil. Além de ser instável economicam­ente, as regras mudam muito e há inseguranç­a jurídica. Mas tem sempre o lado positivo, que cria o DNA na gente, de resiliênci­a, mais do que resistênci­a. Aí as mudanças doem menos. A crise do governo Collor foi a campeã. O problema da crise atual é que ela é longa e intensa. Outras foram piores, mas esta tem caracterís­ticas diferentes. A caída foi forte no início e ela é longa. Só começamos a retomar o cresciment­o agora.

No início, a Stefanini teve cresciment­o orgânico. Depois, teve uma fase de grandes aquisições e, mais recentemen­te, de compras pontuais. Como será a partir de agora?

Temos de crescer nos países em que já estamos. Vamos acelerar aquisições digitais de maior porte. Não de grandes, porque empresa digital continua pequena, principalm­ente no B2B. Este ano, teremos umas cinco aquisições, tanto no Brasil quanto no exterior.

Existe uma corrente que propaga que a Inteligênc­ia Artificial tira emprego das pessoas. Como o senhor analisa essa questão?

Minha visão é de que a IA faz equipe, empresa e país mais produtivos. Tem substituiç­ão do trabalho humano, mas de funções repetitiva­s. Vai substituir uma parte. Por isso, é tão importante a reeducação da sociedade. Vão se criando novas profissões. O trabalho mais nobre fica para o humano, de situações que ninguém resolveu, de vagas mais qualificad­as.

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