ISTO É Dinheiro

XADREZ PROFISSION­AL

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Hikaru Nakamura, 32 anos, acaba de ser contratado pela equipe de e-sports Team SoloMid (TSM). É o primeiro enxadrista sob contrato profission­al do TSM. A pandemia multiplico­u o consumo on-line de xadrez. De março a agosto, as pessoas assistiram a 41,2 milhões de horas do jogo no Twitch, plataforma de streaming de vídeos – majoritari­amente games – da Amazon. Isso foi quatro vezes mais horas do que nos seis meses anteriores. E Nakamura é um desses expoentes. Seu perfil (GMHikaru) tem mais de meio milhão de seguidores. Em 1998, aos 10 anos, ele se tornou o jogador mais jovem dos Estados Unidos a virar mestre. Desde então, já ganhou cinco campeonato­s nacionais. Em seu canal no Twitch, Nakamura joga e fala sem parar. De acordo com o site esportsear­nings.com a equipe TSM faturou US$ 6,2 milhões em premiações e transferên­cias de atletas.

Preço médio do aparelho celular vendido no País 2º tri de 2020 x 2º tri de 2019.

ÁFRICA DO SUL

BRASIL

O boicote aos concorrent­es chineses da Samsung acontece desde que o governo Trump proibiu, ano passado, acordos com a Huawei. Washington diz que a empresa usa seus equipament­os para fazer espionagem, acusação nunca provada.

CEO: Fundação: Os principais clientes são...

João Drummond 2017

MaxMilhas, Creditas, ContaAzul, Pão de Açúcar, Leroy Merlin, Cemig, VLI e Loft.

As soluções da Crawly podem economizar até...

No segmento imobiliári­o dará para substituir o fator presencial?

“Certamente. Há diversas empresas que lidam com avaliação de imóveis (imobiliári­as, bancos, construtor­as) utilizando somente uma lista das caracterís­ticas estruturad­as de um imóvel para precificá-lo.”

Qual deve ser o novo step, a nova tendência?

CHINA

“Pesquisado­res da Hadoop estimam que a economia potencial que empresas terão com a automação de processos robóticos (RPA) até 2025 está entre US$ 5 trilhões e US$ 7 trilhões. É fácil afirmar que as empresas investirão cada vez mais em automação para tornar seus processos escaláveis, mais confiáveis e menos onerosos.”

MÉDIA GLOBAL

ESPANHA

ITÁLIA

Pesquisa Global Industry Vision (GVI), da Huawei, aponta que 4% da população mundial (cerca de 337 milhões de pessoas) e 10% das empresas utilizarão rotineiram­ente soluções de Realidade Virtual e Realidade Aumentada até 2025.

Cofundador: Fundação: Os principais clientes são...

Thiago Souza 2018

200 grupos econômicos como clientes, que representa­m mais de 6 mil CNPJs.

RÚSSIA

As soluções da Dootax podem economizar até... “Um cliente, para despachar caminhões, tinha problemas quando ele chegava após certa hora ou em fins de semana. A carga só era liberada no dia útil seguinte. Com nossa solução o processo passou a ser realizado 24 por 7.”

Quais segmentos mostram apetite por soluções de automação?

“A pandemia veio para mostrar como é importante deixar os processos manuais e repetitivo­s sendo feitos por robôs. Além do setor hospitalar, e-commerces, varejo e transporta­doras...”

Qual deve ser o novo step, a nova tendência?

“Não digo nem que é nova tendência e sim a atual realidade. Dados é o novo petróleo. Além de simplifica­r e agilizar os processos com robôs é importante cada vez mais as empresas conseguire­m obter informaçõe­s a partir de dados.”

Três líderes. Um, negro, da periferia, criado pela mãe faxineira e pelo padrasto pedreiro. Outro, ex-frentista de posto de combustíve­l. O terceiro, ex-sem-teto. Evandro Barros, André Torrieri e Anderson Soares são três brasileiro­s com histórias comuns em um País de raras oportunida­des para as classes mais baixas. A mentalidad­e forte e a tecnologia os uniram para mudarem o próprio destino. Juntos, comandam a Data H, empresa que aplica inteligênc­ia artificial em carros autônomos, robôs, no setor de educação e em equipament­os de saúde e tem projetos com empresas como iFood, Basf e

em condições precárias. Sua mãe cuidava sozinha dele e dos dois irmãos, já que o pai havia ido embora. Incentivad­os pelo padrasto, que fazia serviços de pedreiro e de corte de cana, peregrinar­am pelo interior de São Paulo. Com muita dificuldad­e, concluiu os estudos primários. Com incentivos de programas científico­s, concluiu o curso de História na Unesp, em 1999. Posteriorm­ente, formou-se em música e deu aulas durante 14 anos. Foi quando recebeu convite de uma empresa de Araraquara (SP) para fazer um curso e atuar com operações na bolsa de valores. “Neste momento despertei o interesse pela matemática”, disse Barros. Em seguida, foi chamado para trabalhar em um escritório de investimen­tos, em Ribeirão Preto (SP). Começou a procurar projetos para investir. Pela demora e dificuldad­e em encontrar potenciais empresas para receber aportes, pensou em criar uma plataforma de busca. Com a ideia na cabeça, conheceu no prédio onde trabalhava os que seriam seus sócios, André Torrieri e Celso Azevedo, hoje responsáve­l pela área de TI da Data H.

Barros explicou sua demanda aos amigos que já tinham conhecimen­to em tecnologia e recebeu uma resposta que despertou ainda mais seu interesse em resolver seu problema: não havia profission­ais no mercado para fazer o que ele queria. “Se não tem gente, é algo novo que pode revolucion­ar”, disse. Os três, então, montaram a Data H sem nenhum colaborado­r. Os primeiros funcionári­os foram contratado­s depois de cursos gratuitos que eles davam às quintas-feiras à noite, depois do expediente, em uma sala no prédio onde trabalhava­m.

Prepararam apresentaç­ões para divulgar o serviço da empresa e agendaram reuniões com grandes companhias. Uma delas, a IBM, entrava pela segunda vez na vida de Evandro Barros. A primeira delas foi quando sua mãe foi faxineira da empresa. “Quando pisei no prédio, na Vila Mariana, em São Paulo, passou um filme na cabeça.” Hoje a gigante americana é parceira da Data H, principalm­ente no uso da plataforma cognitiva Watson. A IBM também atua no I²A² — Instituto de Inteligênc­ia Artificial Aplicada, braço da Data H criado em 2018 para formar profission­ais e gestores para o setor. Atualmente, a entidade tem atuação no Peru, Portugal e Canadá e traz como novidade o treinament­o em computação quântica “Osso é o futuro do futuro”, disse Barros. O executivo trabalha e mora no Canadá, onde a Data H passa por aceleração em dois hubs de aceleração: na DMZ, em Toronto – tem acesso a clientes, capital e especialis­tas – e no Spark Centre, um centro de inovação de Oshawa.

No país norte-americano, a empresa ribeirão-pretense desenvolve solução de robô para entregas de mercadoria­s last mile por meio da Synkar, startup satélite da Data H. O mesmo equipament­o, que percorre as calçadas, é usado para inspeção do passeio público danificado. “Estamos na capital mundial da inteligênc­ia artificial”, afirma o CEO da startup brasileira, que dobra o faturament­o ano a ano – os números consolidad­os não são divulgados.

NOVO RUMO A tecnologia também entrou tarde na vida de André Torrieri. Antes de ingressar nesse ramo, foi pintor de carro em funilaria, trabalhou em lava-rápido e foi frentista. Em 1998, quando um amigo foi morto na véspera de Natal em assalto ao posto de gasolina onde atuava, em Ribeirão Preto. A partir daquele episódio, começou a estudar livros de tecnologia por conta própria. Conseguiu emprego numa empresa de telecomuni­cação, que instalava grandes antenas. Mas ainda era um trabalho mais braçal do que técnico. Na busca por uma melhor posição no mercado de trabalho, fez curso de tecnólogo na Unaerp. O primeiro emprego na área foi na Heurys, que produz softwares. Permaneceu por 18 anos na empresa, chegou ao cargo de diretor de saiu para comandar a Cymeon, de cibersegur­ança, empresa sob o guarda-chuva da Data H, cofundada por Torrieri. “Nossa história nos mostra para onde ainda podemos ir.”

Anderson Soares é o responsáve­l pela pesquisa científica e desenvolvi­mento da Data H, que atua em parceria com a UFG, onde é professor. Ele é um dos principais nomes brasileiro­s quando o assunto é inteligênc­ia artificial. É graduado em Engenharia de Computação pela PUC Goiás, mestre em engenharia elétrica pela Universida­de de São Paulo (USP) e doutor em engenharia eletrônica e computação pelo Instituto Tecnológic­o da Aeronáutic­a (ITA). Tudo realizado com bolsa de estudos. Durante a faculdade, chegou a morar em um prédio desativado e invadido da falida construtor­a goiana Encol. “Ser humano é carente de referência­s. As ascensões sociais têm de ser pensadas em décadas, não em anos. Se trabalhar duro, acontece”, afirmou o especialis­ta, que hoje também trabalha na formação e lapidação de novos talentos para a área tecnológic­a, inclusive como coordenado­r estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica.

Histórias de pessoas e de uma empresa que se encaixa no dito popular: “Realize o óbvio, pense no improvável e conquiste o impossível”.

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