EXEMPLO FAMILIAR
mentando visões de futuro e oportunidades de transformação da realidade”. Para isso, trabalha em projetos de assistência social e moradia digna, voluntariado, redução das desigualdades e combate à pobreza, defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável, incluindo o apoio à agricultura familiar e a redução do êxodo rural. Todas as ações são pautadas pelos princípios de promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos e da democracia. Os acionistas não revelam o valor investido no Instituto, assim como preferem não divulgar o faturamento do Grupo Veneza, de controle familiar.
“É um grupo importantíssimo no Nordeste e, graças ao esforço de expansão capitaneado pelo Marquinhos, havia se consolidado entre os principais do Brasil”, afirmou à DINHEIRO o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes. Os dois se conheceram duas décadas atrás, durante uma viagem de executivos da VW que vieram da Alemanha para conhecer revendedores no Brasil. “Ele deveria ter no máximo 12 anos e foi receber nosso grupo com o pai. Tinha uma habilidade social muito grande e me chamou a atenção por ser tão interessado em aprender. Era muito educado, respeitoso”, disse Cortes. Segundo ele, o sucessor do pai no comando do negócio sabia que expandir a atuação para além do Nordeste era fundamental. “Ele conduzia esse processo de forma brilhante por ter sido preparado desde cedo. Somou as referências da família a todo o aprendizado adquirido em suas experiências vivendo em outros países”.
Filho único de Cida e Marcos Melo, Marquinhos herdou dos pais os valores que faria questão de aprimorar ao longo da vida tanto por meio de seu desejo de aprender sempre quanto pelo talento natural para envolver e encantar
A familiaridade com idiomas estrangeiros começou a ser adquirida por Marcos Hacker Melo ainda na infância, quando frequentou a Escola Americana do Recife, cidade onde nascera, em 29 de junho de 1986. Anos depois, foi enviado pelos pais para a Suíça, onde estou no Institut Le Rosey. De volta ao Brasil, estudou Ciências Econômicas na FBV, no Recife. Após a graduação, ingressou no programa de trainee da multinacional de logística DHL, mudando-se para a África do Sul e, de lá, para a Inglaterra e a Alemanha, onde atuou nas áreas de Global Forwarding e Finance Strategy. Essa bagagem foi complementada com cursos nos Estados Unidos (Chicago Booth, Kellogg Northwestern) e no Brasil (Fundação Dom Cabral, FGV, entre outras). A capacitação técnica adquirida no ambiente acadêmico e na experiência profissional serviu de impulso para ampliar as fronteiras do Grupo Veneza, hoje presente em 11 estados e com foco em três segmentos: Máquinas & Equipamentos para Agricultura, Construção e Mineração; Caminhões & Ônibus e Automóveis. O grupo representa marcas mundialmente conhecidas como John Deere, Hitachi, Epiroc, Volkswagen, MAN, Jeep, Ford e Hyundai.
POWER SKILL Junto às habilidades como gestor, função na qual soube dosar ousadia e visão de futuro, Marcos Hacker Melo se destacava por qualidades mais ligadas ao relacionamento interpessoal, as chamadas soft skills – agora rebatizadas como “power skills” por serem habilidades essenciais para os executivos de sucesso. Ex-presidente da Cielo e hoje integrante dos conselhos administrativos de grandes empresas como Mapfre, Abastece Aí, Lojas Quero-Quero e Grupo Moura, o executivo pernambucano Eduardo Gouveia foi apresentado a Marcos Hacker Melo no final do ano passado. Ficou encantado. “Ele estava querendo montar o conselho consultivo do Grupo Veneza para profissionalizar ainda mais a empresa”, disse Gouveia que, por coincidência, 30 anos antes havia sido gerente das contas do pai de Marquinhos no Banorte. “Rolou uma química incrível com aquele garoto, que era um empreendedor nato, um executivo de primeira linha e com uma formação de valores
muito forte”. Nascia ali uma relação de amizade capaz de transcender os limites da empresa. “Extremamente curioso, ele era envolvente e muito habilidoso na forma de lidar com as pessoas. Tinha um power skill violento e por isso era tão engajador”, afirmou Gouveia. Para ele, chamava a atenção em Marquinhos o nível de preocupação com os detalhes de cada reunião, desde o posicionamento das pessoas na mesa até o mergulho profundo no entendimento dos assuntos que seriam tratados. “O Marquinhos era tão iluminado que preenchia todos os espaços. Por isso, ainda muito jovem ele construiu tanta coisa”, disse Gouveia. Sua habilidade social o levou a integrar várias entidades. Era membro da Young Presidents Organization (YPO) e dirigiu a Associação Brasileira dos Concessionários John Deere.
Ainda que alguns de seus planos não tenham decolado – como a ideia de levar a empresa para o Irã –, foi a determinação de Marquinhos que gerou novas oportunidades para o