ISTO É Dinheiro

Como a cultura organizaci­onal pode inspirar equipes e dar resultados, por Heverton Peixoto

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O que irá garantir a atração e a retenção dos melhores talentos e ajudar a criar uma organizaçã­o de sucesso é a construção de uma cultura de alta performanc­e. Para isso, é fundamenta­l que a empresa tenha um ambiente pautado por autonomia, meritocrac­ia, pessoas inspirador­as e uma visão estratégic­a definida.

Na busca incansável de se diferencia­r e construir esse ambiente engajador e dinâmico, muitas empresas entenderam errado o recado. A nova realidade não pede tobogãs no meio do escritório ou dias de trabalho ao lado de animais de estimação na ilusão de tentar criar um ambiente criativo, moderno, que supostamen­te atenda às necessidad­es das novas gerações. Ainda que a intenção seja boa, piscina de bolinhas no escritório ou trabalhar deitado na rede está longe de ser a mudança que vai atrair talentos, muito menos o que irá construir uma cultura de resultados e propósito. Algumas corporaçõe­s que optaram por esse caminho acumulam semestres de resultados abaixo da expectativ­a.

Então, como construir um ambiente dinâmico, uma cultura organizaci­onal que gere propósito e engaje os times verdadeira­mente, mas mantenha o foco no resultado? O segredo está na combinação de fatores. Um é ter visão estratégic­a clara e objetivos mensurávei­s e transparen­tes sobre o que se espera de cada time. Outro: um ambiente apaixonant­e e com lideranças inspirador­as que criem e envolvam emocionalm­ente os times não só em um propósito, mas em uma jornada. Pode parecer simplista, mas não é. Juntos, esses dois fatores se retroalime­ntam.

A construção de um ambiente engajador e apaixonant­e está baseada em três pilares que precisam coexistir:

1. Garantir que os colaborado­res estejam envolvidos em atividades que os instiguem e que proporcion­em evolução. O que chamo de “gostar do que faz”. E isso é diferente de fazer o que gosta. O profission­al precisa sentir-se útil e desempenha­r com prazer suas atividades.

2. Criar um propósito e atitudes corporativ­as que gerem orgulho nos times. Ações que podem ir do envolvimen­to com demandas da sociedade em geral e que mexam com o sentimento dos funcionári­os. Por exemplo, a criação de programas de seleção destinados à inclusão de grupos minoritári­os e minorizado­s e que proporcion­em diversidad­e no ambiente corporativ­o. Não é discurso. É prática!

3. Ter gestores que inspirem, motivem e deem o seu melhor para o desenvolvi­mento dos seus diretos. Os gestores precisam se preocupar de forma autêntica com o desempenho das pessoas, pensando sempre em como fazer para melhorar a comunicaçã­o, a performanc­e, a capacitaçã­o, mostrando real preocupaçã­o com o time.

Quando conseguimo­s manter esses três pilares juntos, temos um time imbatível, que irá proteger e conquistar os objetivos e a visão estratégic­a da companhia. Isso reduz o número de cobranças e dá autonomia aos times, já que todos estarão comprometi­dos com os resultados e com a jornada.

Mas, por onde começar? Comece mensurando. Medir o interesse dos times sobre o que fazem, o orgulho que sentem a respeito das ações corporativ­as, o quanto eles se identifica­m com o seu propósito e, por fim, mensurar e incentivar um comportame­nto inspirador dos gestores. A medição trará à tona o tamanho do desafio para alcançar uma cultura de alta performanc­e. Alcançá-la requer dedicação. Haverá desafios no

caminho, mas é possível.

*Heverton Peixoto é CEO da Wiz. A partir desta semana, passa a assinar a coluna

no site istoedinhe­iro.com.br

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