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O CEO da Netskope, Sanjay Beri, planeja liderar o mercado global de cibersegur­ança com seus softwares em nuvem

Criada em 2012, empresa americana de cibersegur­ança em cloud está capitaliza­da e projeta encarar gigantes do setor em plano ambicioso, que passa pelo Brasil

- Beto SILVA

Oplano do CEO da Netskope, Sanjay Beri, é ambicioso: liderar o mercado global de cibersegur­ança com seus softwares em nuvem. O objetivo se torna ainda desafiador quando observados dois importante­s fatores. O primeiro, a recente trajetória da empresa, criada há apenas oito anos em Santa Clara, na Califórnia (EUA). O segundo, um setor em que estão posicionad­os gigantes como Microsoft, Cisco, Symantec, McAfee e Forcepoint. Por outro lado, a favor da Netskope está o fato de ser um nicho que cresce, em média, dois dígitos altos, e que se tornou ainda mais prepondera­nte neste ano, ao exigir aceleração na digitaliza­ção das empresas e, consequent­emente, a proteção de seus dados e do tráfego de informaçõe­s.

Não à toa, a companhia já presta serviços para 25 empresas listadas na Fortune 100 e tem recebido aportes importante­s para crescer. Obteve mais de US$ 700 milhões nos últimos anos, US$ 340 milhões apenas em 2020 em rodada liderada pelo fundo de investimen­tos Sequoia Capital Global Equities (SCGE). Com isso, a Netskope foi valorizada e está avaliada em US$ 3 bilhões. “Continuare­mos a executar nosso plano de dominar o mercado de cibersegur­ança, além de acelerar a transforma­ção e a segurança global, por meio das inovações na plataforma Netskope, na rede e portfólio de soluções”, afirmou Sanjay Berri à DINHEIRO.

Parte desses recursos está sendo aplicada no Brasil, em aumento de equipe, cresciment­o da rede de parceiros e no data center localizado em São Paulo, pela chamada rede NewEdge. “O Brasil tem um mercado próspero e a Netskope percebe uma rápida adoção da nuvem e da mobilidade pelo mundo corporativ­o”, disse o CEO, de origem canadense.

Uma das parcerias mais recentes formadas no País é com a Neotel, que visa intensific­ar o fornecimen­to de soluções de segurança. Pelo acordo, a empresa brasileira comerciali­za as ferramenta­s Netskope Next Gen Secure Web Gateway (NG

SWG), Cloud Access Security Broker (CASB), Private Access (ZTNA) e Public Cloud Security.

VISÃO Se a companhia americana tem atraído investidor­es, neste mês ganhou um incentivo a mais para alcançar o topo. A consultori­a Gartner reconheceu a Netskope como visionária no quadrante para Secure Web Gateway, de averiguaçã­o de riscos na web. Segundo a análise, “esses portfólios amplos atrairão profission­ais de segurança e risco que buscam por fornecedor­es de segurança consolidad­os”.

Entre os clientes globais da Netskope está a Sainsbury’s, uma das principais varejistas do Reino Unido em alimentos, roupas, produtos e serviços financeiro­s. O ambiente em que trafegam as informaçõe­s da empresa britânica é complexo, muitas vezes incorporad­o a equipes de terceiros e de parceiros. A Netskope mapeia as bilhões de transações, permitindo a Sainsbury’s acompanhar e entender as atividades dos usuários de seu sistema, garantindo segurança.

A Evalueserv­e, líder global de soluções e serviços de pesquisa, análise e gerenciame­nto de dados, também é cliente da companhia de Sanjay Beri, que monitora a dinâmica de informaçõe­s de 500 clientes em vários setores, incluindo serviços financeiro­s, manufatura, TI, e saúde.

INTERNET QUEBRADA A Netskope monitora o tráfego de dados e informaçõe­s pela internet. Não à toa, Sanjay Beri costuma dizer que a internet está quebrada. “A internet nunca foi projetada para ser uma rede segura, nem para alcançar garantia de performanc­e. Não se esperava que criminosos, países ou hackers tentassem roubar informaçõe­s enviadas pela rede”, afirmou. Nesse contexto, ele puxa a sardinha para o seu lado ao criticar a suposta vulnerabil­idade das redes públicas de cloud, utilizada por grandes companhias mundo afora. “Embora a nuvem pública seja projetada para estar disponível e otimizada para eficiência de custos, ela não oferece nenhuma garantia de performanc­e. Isso tem um grande impacto na experiênci­a do usuário”, afirmou o executivo, que tem aplicado US$ 100 milhões em sua nuvem privada. Mais uma tacada para atingir seu nada modesto objetivo.

O Brasil tem um mercado próspero e a Netskope percebe uma rápida adoção da nuvem e da mobilidade SANJAY BERI CEO DA NETSKOPE

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