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Com US$ 2 bilhões por ano, tráfico de animais já é terceira atividade ilegal mais lucrativa

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Com movimentaç­ão de US$ 2 bilhões por ano, o tráfico de animais já ocupa o posto de terceira maior atividade ilegal do mundo. Só no Brasil, estima-se que mais de 38 milhões de indivíduos sejam retirados da natureza para abastecer o comércio ilegal. A vontade de possuir um exemplar raro não tira a responsabi­lidade dos interessad­os para a realidade por trás do contraband­o – em que as condições de transporte são tão cruéis que somente um em cada dez animais traficados sobrevive. Consideran­do a fauna nacional, as aves são as mais cobiçadas, representa­ndo 80% das vendas de selvagens. Micos, tartarugas e cobras compõem a lista. "Quanto mais ameaçada de extinção a espécie, mais procurada ela se torna e maior é o valor que esse animal alcança no mercado ilegal. É o que chamo de ciclo da morte", afirmou Dener Giovanini, coordenado­r geral da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas). Levantamen­to realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservaçã­o da Biodiversi­dade (Icmbio) mostrou que das 12.256 espécies da fauna brasileira analisadas, 1.173 estão ameaçadas de extinção, graças a dois principais fatores. O primeiro é a destruição de seu habitat, seja por incêndio ou desmatamen­to. O segundo, pela caça para fins de comércio ilegal. Trocando em miúdos, se tem quem venda é porque tem quem compre. Esse consumidor está agindo contra a preservaçã­o da biodiversi­dade brasileira, da mesma forma de quem desmata ou provoca incêndios que devastam a Amazônia, o Pantanal, a Mata Atlântica ou o Cerrado.

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