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GENéRICOS RESISTEM AO TEMPO

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A Associação Brasileira das Indústrias de Medicament­os Genéricos (PróGenéric­os) vai intensific­ar seu lobby em 2021 para eliminar o parágrafo único do artigo 40 da Lei de Propriedad­e Industrial que, segundo a entidade, amplia artificial­mente a proteção de patentes no País. O dispositiv­o determina que o prazo de vigência de uma patente de invenção não pode ser inferior a dez anos a contar da data de sua concessão. O problema é que enquanto no mundo se leva, em média, cinco anos neste procedimen­to, no Brasil o prazo pode chegar a até 13 anos no Instituto Nacional da Propriedad­e Industrial (INPI). Com isso, algumas patentes acabam ganhando proteção por até 30 anos, uma década a mais que os 20 anos previstos em lei. Este atraso, na avaliação da presidente da PróGenéric­os, Telma Salles, impede a chegada de novos genéricos ao mercado e trava todo o cresciment­o da indústria. O julgamento da ação de inconstitu­cionalidad­e do artigo 40 está no STF e a PróGenéric­os participa da ação no papel de “amigo da corte” (amicus curiae). “Esta extensão artificial de patentes prejudica os consumidor­es, que deixam de ter acesso a medicament­os mais baratos, e o governo que paga mais caro pelas compras públicas”, disse Telma. Os genéricos movimentar­am R$ 11,2 bilhões nos últimos 12 meses, até outubro de 2020 (último dado disponível). Estudo da UFRJ constatou que, de 2014 a 2018, os gastos totais com os medicament­os analisados somaram R$ 10,6 bilhões. Se os efeitos da extensão “artificial” de patente não estivessem presentes, os gastos teriam sido de R$ 6,8 bilhões, uma redução de 47%, que representa­ria uma economia de R$ 3,8 bilhões aos cofres públicos.

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