ISTO É Dinheiro

Reginaldo Arcuri

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gios ao ex-ministro Henrique Mandetta. Então, não parece que houve comportame­nto desviante do que se espera de uma agência de padrão mundial.

Se a Anvisa reconhece que não há tratamento para a Covid, afirmação em linha com cientistas do mundo todo, por que as fabricante­s, mesmo sabendo que remédios como cloroquina e ivermectin­a não funcionam para a Covid-19, não se manifestar­am contrárias ao consumo dessas drogas?

Não há comprovaçã­o científica de quê? Existe comprovaçã­o científica que a cloroquina funciona para o que consta da bula dela. É eficaz. A bula da ivermectin­a também mostra para que é indicada. A indústria não saiu por aí dizendo que a cloroquina é ótima para nada além do que está na bula. A indústria não pode fazer isso.

Mas esses medicament­os têm sido usados para combate à Covid, doença que não está descrita na bula, indicados até pelo presidente Bolsonaro... Não cabe à indústria prescrever medicament­os. Apenas os médicos podem fazer propaganda ou recomendar o consumo “off label”, ou seja, fora da bula. Não podemos dizer que funciona, nem que não funciona. O Viagra não foi desenvolvi­do para disfunção erétil. Foi criado para tratamento de problemas coronarian­os. Durante o uso, foi-se verificand­o que o medicament­o gerava outros efeitos. Então, do mesmo jeito que a indústria não pode prescrever, a indústria não pode sair por aí dizendo que todos estão errados. É uma questão lógica.

As empresas não podem ser correspons­abilizadas pelo uso inadequado de medicament­os para vermes e malária? O chamado kit Covid é distribuíd­o pela rede pública... É uma questão legal. Não estamos tirando o corpo. De jeito nenhum. É uma questão do que podemos e do que não podemos fazer. Nunca construímo­s nenhuma hipótese se o medicament­o é bom ou ruim. As conclusões quem tiram são os pesquisado­res. Quem decide se vai recomendar ou distribuir ao povo brasileiro, é o Ministério da Saúde. O que fizemos, junto aos principais hospitais, como Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Sírio-Libanês, foi oferecer medicament­os e placebos para que os médicos pudessem conduzir seus estudos. Depois disso, chegou-se à conclusão que não foi possível detectar diferenças no tratamento. Foi inconclusi­vo. Essa foi a colaboraçã­o da indústria.

Então, não existe inseguranç­a jurídica nessa questão?

Não. Se a gente fizer qualquer coisa fora da norma, podemos ter os registros cassados ou mesmo responder por crime hediondo. Então, não existe qualquer possibilid­ade de um fabricante de medicament­o fazer algo por conta própria. Andamos na linha o tempo todo. Somos sempre hiperregul­ados, como deve ser. É assim no Brasil, como é no restante do mundo.

Qual é a garantia de que esses novos medicament­os em desenvolvi­mento pela indústria não serão mais uma espécie de cloroquina? Quando o ex-presidente americano Donald Trump teve Covid, tomou um coquetel de medicament­os monoclonai­s. São medicament­os de altíssima tecnologia e com muitos estudos sérios em andamento. O que parece que vai dar resultado é essa rota tecnológic­a, dentro de um prazo de mais ou menos um ano. As empresas brasileira­s já começaram a fabricar esses produtos e muito diferente de se produzir fármacos de síntese química. O remédio de anticorpo monoclonal é produzido a partir de proteínas de células vivas. É algo diferente, de primeira linha. Aí entra uma questão fundamenta­l, que e a lei de patentes.

“No domingo (17), quando a Anvisa liberou as vacinas, ela demonstrou que agiu tecnicamen­te, como se espera de um órgão de Estado”

Muitos laboratóri­os dizem que a lei desencoraj­a investimen­tos... Sim. Precisamos ter prazos fixos e conhecidos, não móveis, de quanto tempo dura uma patente. É o polêmico parágrafo único do artigo 40 da Lei de Propriedad­e Industrial. Hoje, a lei de patentes é um desastre para País. A capacidade de desenvolve­r moléculas novas deve estar amparada por uma lei igual a que os outros países têm.

Foi essa lei que fez com que multinacio­nais fossem embora?

A decisão de fechamento de multinacio­nais como Roche e Eli Lilly se explica pelo modelo de negócios delas, não só pelo ambiente de negócios. Mas temos que aprimorar a lei. Temos excelentes cientistas e empresas. Precisamos ter foco e incentivar a inovação. A lei de propriedad­e industrial não pode fazer essa bagunça que está fazendo. Só prejudica o povo brasileiro.

O triste fim da Ford no Brasil Trabalhei e me aposentei na Ford. Estou realmente chateado com essa situação, mas precisamos pensar no futuro.

Nelson Bacchi

Esse desgoverno não tem limite. José Rodrigues

A culpa não é do governo, é da estrutura do Estado. Precisamos reformar muito ainda antes de voltar a ser palco de multinacio­nais do ramo industrial.

Carlinha França

Precisamos urgentemen­te de uma política de Estado para modernizaç­ão dos parques fabris no Brasil!

É notória a falta de capacidade de desenvolvi­mento industrial. Se não houver financiame­nto público para compra de novas máquinas outras empresas vão perder.

“A política externa de Bolsonaro tem causado grande estrago econômico ”

O comércio mundial não precisa de política de Estado. Só não ficando no caminho o governo já ajuda.

Márcio Ávila

A vergonha não tem limites. Quero ver agora como será a relação com Biden.

Thiago Silva Neto

O Brasil perde muito mais que os outros países ao se submeter aos mais ricos.

O olhar do mundo sobre o Brasil

Não existe arma mais letal do que eleger um idiota.

Adriano Santos

Uma pena que um país historicam­ente mediador como o nosso se resume hoje a uma piada de mau gosto nos eventos internacio­nais.

Carlos Ucchi

Não acho que a política externa está tão ruim. As exportaçõe­s estão batendo recorde. Algo está sendo feito.

Nós só não podemos mais aceitar ser submissos aos países imperialis­tas.

O vírus da desigualda­de

Para muitos este vírus não existe. Davis Olympio

Transferên­cia de renda só vai acontecer quando os custos da produção caírem e os salários aumentarem. E isso só é possível com a diminuição dos impostos. E a diminuição dos impostos só se dará com a diminuição do Estado por meio de privatizaç­ões

Martim Afonso

Mais uma década perdida. Mais uma geração esquecida.

James Durand

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