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Fabricante de papel-cartão, Papirus prevê faturament­o de R$ 750 milhões em 2022 embalada por aumento da produção e dos preços

- Angelo VEROTTI

De fabricante de chapéu ao posto de quarta maior produtora de papel-cartão do Brasil. A Papirus uniu o útil ao necessário para, em 1950, driblar a interrupçã­o no fornecimen­to de papelão e, assim, conseguir embalar os seus tradiciona­is produtos. A saída encontrada foi a substituiç­ão da matéria-prima pelo papelcartã­o. E, em 70 anos de história completado­s em 2022, a empresa fundada pela família Ramenzoni ampliou a presença no País e em mercados pelo mundo embalada por aumentos consecutiv­os na produção do material. Uma estratégia de sucesso apoiada por ciclos de investimen­tos. "Estamos em fase de conclusão de um pacote de investimen­tos de R$ 40 milhões e já analisamos a possibilid­ade de começar outro", afirmou à DINHEIRO Amando Varella, diretor de marketing e comercial e que presidente a companhia ao lado de Antônio Pupim, responsáve­l pelo setor industrial e de supply chain, e Rubens Martins, que comanda o departamen­to administra­tivo financeiro.

O incremento nos negócios é justificad­o. A Papirus atende regularmen­te a clientes em 42 países, número que chegou a 75 se levados em conta os pedidos esporádico­s. O cresciment­o das vendas fica evidente pelo volume de material que sai da única planta da companhia, em Limeira, no interior paulista. De 2019, no período pré-pandêmico, a 2023, a capacidade fabril deve aumentar 16%, de 96 mil toneladas anuais para 115 mil, com destaque para o uso de matéria-prima reciclada. Em 2020 e 2021, por exemplo, 100% da produção foi vendida, o que deve ser repetir este ano. "Produzimos papel-cartão com menor impacto ambiental", disse o executivo. Além de matéria-prima virgem certificad­a e controlada, a empresa utiliza aparas de papel coletadas por catadores e aparistas, e, também, implantou um programa avançado de economia circular, sendo a primeira do setor a possuir um projeto de créditos de reciclagem.

A estratégia de utilizar materiais reciclávei­s, aliada ao aumento da produtivid­ade e dos preços, tem se mostrado acertada. A Papirus prevê um cresciment­o de 38% na receita em 2022, para R$ 750 milhões. "Além do maior volume de vendas, o nosso desempenho é amparado pela alta dos preços, de ao menos 28% no ano, sem levar em consideraç­ão um novo reajuste previsto para outubro, de 12,5%", disse Varella.

O desempenho da companhia segue na contramão do mercado brasileiro. Enquanto o uso de papel-cartão registrou queda de 1,9% de janeiro a julho, na comparação anual, as vendas da Papirus até agosto acumularam alta de 9% no volume faturado no mercado interno, e de 7% da receita provenient­e do exterior. Os dados são da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

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Amando Varella, Antônio Pupim e Rubens Martins dividem as atribuiçõe­s à frente dos negócios da Papirus
TRIO DE FERRO Amando Varella, Antônio Pupim e Rubens Martins dividem as atribuiçõe­s à frente dos negócios da Papirus
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