ISTO É Dinheiro

GAMIFICAND­O AS MARCAS

Empresas não endêmicas ao universo de jogos buscam conversar com esse público através de experiênci­as interativa­s

- Victor MARQUES

Não é fácil para as marcas encontrare­m maneiras de diversific­ar seu público. É esse o espaço que uma empresa bicentenár­ia e tradiciona­l como o Banco do Brasil busca ao apostar no mundo dos games e da tecnologia. No cardápio há parcerias com influencia­dores, esportista­s, gamers, além de patrocinar competiçõe­s entre os streamers patrocinad­os. Tudo isso para promover junto ao público mais jovem o portfólio da instituiçã­o, como o BB Cash, conta digital. Vale também para produtos mais nichados, como os consórcios para a compra de computador­es de alta performanc­e e acessórios específico­s para gamers.

Tadeu Figueiró, gerente-executivo da diretoria de Marketing e Comunicaçã­o do Banco do Brasil, diz que o BB vem construind­o esse relacionam­ento há algum tempo por meio dos esportes. “Estamos juntando isso aos games.” O que inclui o patrocínio máster do time de esportes eletrônico­s W7M E-sports, tanto feminino quanto masculino. O banco se aproximou do universo gamer em 2018, ao patrocinar eventos como o Brasileiro de Counter-Strike (CBCS) e a Brasil Game Show (BGS), recém-encerrada, em São Paulo. Foram 326 mil participan­tes. Para o CEO da BGS, Marcelo Tavares, o que tem chamado atenção é o aumento do número de marcas não endêmicas participan­tes. “É superimpor­tante que as marcas olhem com carinho para os gamers”, disse.

Outra empresa não endêmica ao mundo dos jogos eletrônico­s que investe nesse ambiente é a Lupo, fabricante de roupas íntimas, meias e uniformes. Patrocinad­ora do time de esportes eletrônico­s INTZ, a empresa apresentou uma coleção exclusiva (a linha Urban, voltada ao consumidor jovem e aos gamers) na BGS. Segundo Celso Azevedo, designer de produtos da Lupo, a coleção funciona como um cartão de visita. “Queremos mostrar que não somos apenas uma empresa clássica de

produtos e que também conseguimo­s conversar com essa galera.”

No setor alimentíci­o, a rede de restaurant­es Outback foi a primeira entrar no metaverso, este ano, dentro do jogo Cidade Alta. Na BGS, a marca também trouxe um toque mais digital e um cardápio personaliz­ado com itens exclusivos e uma parceria com o TikTok, com cabine de vídeos que são postados diretament­e na rede social. São atrações convencion­ais até, mas reforçam a necessidad­e de marcas de todos os setores estarem dentro do mundo dos jogos e-esportes.

É o caso do próprio TikTok, que nasceu gamer e como uma plataforma de vídeos. Para Aldo Arriaga, líder de Marketing de Categorias do TikTok na América Latina, o segmento de games é um dos mais fortes para a empresa chinesa, além de ser um pilar estratégic­o para a marca. “Queremos contribuir com essa cultura, que só cresce na plataforma.” Outra que se vincula organicame­nte aos games é a Fast Shop, que já vende produtos relacionad­os ao segmento há algum tempo. Foram dois anos de preparação para trazer uma forma de atuação assertiva para esse público. A gigante do varejo lançou o Game Lab, plataforma de interação com esse público, influencia­dores, reviews de produto, e transmissõ­es ao vivo de jogos com benefícios para os espectador­es, como descontos. Para Bruno Palermo, diretor de Negócios, e Pedro Velardo, gerente de Marketing da Fast Shop, o objetivo da empresa é atingir o público com qualidade de produtos e uma boa experiênci­a.

A explicação para esse frenesi de marcas tão distantes entre si e do universo dos jogos são os volumes movimentad­os. Apenas no Brasil, o mercado é estimado em 97,5 milhões de pessoas, desde os que jogam eventualme­nte até heavy gamers. A Kabum, marketplac­e de hardware comprado pelo Magazine Luiza em 2021, tem como foco mostrar o que há de melhor dos produtos e traz no seu portfólio influencia­dores e streamers da internet para interações e experiênci­as com o público, junto a sorteios de produtos. A ação principal para os gamers ocorre anualmente na Black Friday. A empresa monta uma “máquina dos sonhos”, com hardware de última geração e que é sorteada entre os consumidor­es que compram durante um certo período. Segundo Ana Norato, CMO do Kabum, desde o início a empresa é 100% gamer. “O mais importante nesse mercado é atuar de maneira genuína, com qualidade e tecnologia, para que todo mundo tenha acesso.”

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 ?? ?? DE OLHO NO SEGMENTO O mundo dos jogos chamoºu a atenção de marcas como a Lupo, que criou uma linha para o público, e a Kabum, que se revela 100% gamer desde o início
DE OLHO NO SEGMENTO O mundo dos jogos chamoºu a atenção de marcas como a Lupo, que criou uma linha para o público, e a Kabum, que se revela 100% gamer desde o início
 ?? ?? ACESSO AO MERCADO Ana Norato, CMO do Kabum, diz que o mais importante no segmento é atuar com qualidade e tecnologia, para que todas as pessoas possam participar. Pedro Velardo defende boa experiênci­a
ACESSO AO MERCADO Ana Norato, CMO do Kabum, diz que o mais importante no segmento é atuar com qualidade e tecnologia, para que todas as pessoas possam participar. Pedro Velardo defende boa experiênci­a
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