MINISTÉRIOS & MINISTERIÁVEIS
Enquanto Lula esconde o jogo sobre seu time de ministeriáveis, um movimento no governo de transição, no mercado e na imprensa acontece no sentido de descobrir quem serão os escolhidos. Mas no Congresso Nacional o tom é outro. Partidos políticos, inclusive do Centrão, colocam na balança o peso, a medida e o custo de um apoio ao governo eleito. E a temporada da colheita está aberta. Com importantes textos a serem validados pelo Legislativo até dezembro, o PT precisará pedir favores, e terá de pagar depois. A expectativa é que, além dos 14 partidos que já formalizaram apoio ao presidente eleito, outras seis legendas ainda se aproximem do petista, o que exigirá uma articulação ainda maior com a base que formou a chapa da campanha presidencial.
Mas dentro do Centrão haverá resistência, independentemente do gesto de Lula. O destaque especial vai para o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro e que tem questionado sem apresentar provas a lisura do processo eleitoral no segundo turno (e só nos votos para presidente). O Partido Liberal elegeu 99 deputados e se tornou a maior bancada da Câmara, com o status do MDB nas décadas passadas. E essa talvez seja a diferença fundamental. O antigo PMDB, enquanto maioria, esteve presente em todos os governos. Agora Lula vai lidar com o fato de que a maior legenda está na oposição. E ele sabe que é difícil saber como o Centrão se dividiria, ou se haveria espaço para diálogo. Segundo Lula, a conversa com todos os partidos é parte da democracia e é essencial para um governo de coalizão. O problemas é que essa conta vem. E ele sabe.
NÓ: ACOMODAR DIVERGENTES DENTRO DE UM GOVERNO SÓ
ESTRAGO: PERDA DE ALIADOS HISTÓRICOS DO PT OU DIFICULDADE DE GOVERNAR NO CONGRESSO