MINALBA TEM SEDE
Líder na produção de água mineral foca no verão e na expansão em mercados regionais para conquistar o Brasil
Odia 30 de outubro de 2022 entrou para a história não apenas pela definição do novo presidente do Brasil para o período entre 2023 e 2026. O estampido da abertura de uma latinha em plena cobertura da apuração na TV Globo chamou a atenção do telespectador, curioso para descobrir o conteúdo saboreado pelo apresentador William Bonner. Horas depois o suspense chegou ao fim: o líquido suspeito nada mais era do que água. Um gole despretensioso, mas nunca tão apreciado pela Minalba. “Foi superbacana. Quanto mais trabalho, mais sorte a gente tem”, disse à DINHEIRO Aélio Silveira, CEO da Minalba Brasil, em relação ao destaque conquistado pela empresa no horário nobre da principal emissora do País. “Como se diz: no lugar certo, na hora certa.”
A lata de água mineral já faz parte do portfólio da Minalba Brasil desde 2020. A empresa, pertencente ao grupo Edson Queiroz, produz água, refrigerante, sucos mistos e energéticos. É detentora de marcas como Minalba, Indaiá, São Lourenço, Petrópolis e Nestlé Pureza Vital, além do energético Night Power e do Refri. No segmento de água a Minalba acabou beneficiada pelo encerramento da produção da Bonafont pela Danone, em setembro. A marca tinha forte presença em São Paulo, onde a bandeira comandada por Silveira detém quase 40% do mercado.
26 É A PARTICIPAÇÃO DA MINALBA NO MERCADO DE ÁGUA MINERAL, BENEFICIADA TAMBÉM PELO % FIM DA PRODUÇÃO DA BONAFONT NO BRASIL
Nacionalmente, a Minalba lidera com 26% de market share, seguida pela Crystal, com 18%. “Queremos expandir a penetração pelo interior de São Paulo, além das regiões Sul e Centro-Oeste do País, onde temos de 15% a 18% de participação.”
Além da saída da Bonafont, a realização da Copa do Mundo do Catar em novembro e dezembro, em período mais quente do ano — diferentemente do habitual, no inverno de junho e julho —, e a chegada do verão são vistos como importantes aliados para o incremento das vendas. “No verão, falamos tradicionalmente de um aumento de 20% nos negócios em comparação
com a época de baixa sazonalidade”, disse o executivo. Diante das atuais circunstâncias, a estimativa é de um aumento de 30% até o início de março. “Depois reduz um pouco, mas acreditamos que essa diminuição será menor do que o histórico, já que tem um player a menos no mercado.”
Com a previsão de aumento no consumo, a Minalba Brasil define estratégias para evitar rupturas junto ao mercado, se preparando para esses novos patamares. “Fizemos várias ações externas, preparamos o nível de estoque, realizamos todo um trabalho de reposicionamento junto às fábricas [são seis pelo País] para garanbastante. tir que tenhamos a capacidade de atender a essa demanda que vai ser gerada nesse período principalmente”, afirmou Silveira. “Estamos superpreparados para fazer o melhor verão da história da Minalba.”
A expectativa de bons resultados cresce diante da previsão de incremento do mercado nacional. Segundo o executivo, com base em pesquisa do Euromonitor, o setor deve ter alta de 3% a 3,1% em 2022, beneficiado também pelo fim das restrições decorrentes da pandemia. Ao mesmo tempo, questões como a inflação no preço do combustível impactou diretamente o frete no primeiro semestre. “O setor sofreu Estou falando de um produto de baixo valor agregado. Então, o frete é um componente relevante.”
Um cenário bem diferente do enfrentado desde 2022, quando a Minalba Brasil promoveu reestruturação, com uma série de ações internas na operação logística, de eficiência de fábrica e de marketing. A companhia também tem fechado parcerias para ampliar a presença pelo País. Uma delas foi com a Grapette, marca clássica no mercado de refrigerantes. “Vamos produzir e distribuir esse produto em algumas regiões do Nordeste.” Um sinal de que a sede da Minalba Brasil está longe de ser saciada.