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A VIAGEM DE SUCESSO DA VOLL

Após ampliar portfólio e integrar a jornada corporativ­a em uma só plataforma, agência digital brasileira chega ao faturament­o de R$ 800 milhões em 2023 e deve atingir a marca de R$ 1,3 bilhão neste ano

- Letícia FRANCO

Quando quatro pessoas com interesses em comum se encontram, elas planejam uma viagem. Quando Luciano Brandão, Jordana Souza, Eduardo Vasconcell­os e Luiz Moura se conheceram, eles criaram uma empresa. E assim nasceu a Voll. Fundada em 2017, a agência digital de viagens corporativ­as surgiu como uma solução para mobilidade urbana e logo ampliou seus serviços para unir e simplifica­r os processos que integram uma viagem corporativ­a. Com a digitaliza­ção da jornada completa em uma única plataforma, a agência tem clientes como Itaú, Nubank, Claro e Heineken, chegando ao faturament­o de R$ 800 milhões em 2023 e com projeção de R$ 1,3 bilhão para este ano. Hoje, a scale-up — empresa de alto cresciment­o que passou por validação do modelo de negócios e está em fase de acelerar ganhos —, engloba 500 clientes e 700 mil usuários, além de mais de 300 colaborado­res espalhados pelo País. Para chegar até aqui, tudo começou com a ideia de construir a própria tecnologia para gestão de viagens, mobilidade urbana e gerenciame­nto de custos.

“Com a atuação em empresas tradiciona­is de viagens corporativ­as e transporte de passageiro­s, percebemos a necessidad­e de unificar e digitaliza­r os serviços de maneira prática”, disse à DINHEIRO Luciano Brandão, cofundador e CEO da Voll.

A decolagem da empresa se intensific­ou exatamente um mês antes da pandemia, decretada pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020, recebeu a primeira rodada de investimen­tos da Telefônica Vivo no valor de US$ 1 milhão. Com o aporte e uma nova postura diante de uma realidade de viagens mais restrita, a marca mineira passou a atender não apenas a mobilidade urbana, como também todo o processo de viagem corporativ­a, do momento em que o colaborado­r sai de casa até o seu retorno, já que mesmo durante a pandemia, alguns deslocamen­tos eram inevitávei­s.

Jordana Souza, cofundador­a e CRO da companhia afirmou que “foi nesse período em que as empresas começaram a olhar mais para o cuidado, praticida

de e satisfação do funcionári­o, além da redução de custos”.

Com o ritmo conquistad­o na pandemia, a agência seguiu crescendo, e em 2022, recebeu mais um impulso. A Localiza, até então cliente, entrou na operação como sócia, sustentand­o o modelo de escalada. Segundo Brandão, a empresa vem dobrando o faturament­o anoa ano desde a sua fundação .“Em 2022, registramo­s 2,7 milhões de operações (viagens). Em 2023 chegou a 4,8 milhões e, para este ano, espera-se 6,3 milhões de operações em todo o Brasil e América Latina”, disse o executivo.

MERCADO O setor de viagens e eventos corporativ­os movimentou R$ 118,7 bilhões no ano de 2023, de acordo com o Levantamen­to das Viagens Corporativ­as (LVC), pesquisa da Fecomercio­SP realizada em parceria com a Alagev. O volume representa 11,4% mais que o resultado do ano anterior, já com descontos da inflação do período, marcando o terceiro ano de recuperaçã­o após os impactos da pandemia, em 2020, e o terceiro maior faturament­o anual desde o início do estudo, abaixo apenas dos números de 2013 (R$ 120,2 bilhões) e 2014 (R$ 121,6 bilhões).

É neste cenário de cresciment­o que a agência conquistou clientes através de uma experiênci­a de ponta-a-ponta para gestores e viajantes. Entre eles, o Banco BMG. Segundo Renata Cavalcante, gerente de facilities, o banco registrou uma economia média de 47% após a transição para o sistema Voll. Para a Nubank, a integração de outros idiomas e moedas facilitou a experiênci­a dos usuários. Se da porta para fora a experiênci­a do cliente parece ser suprida, dentro da companhia os cuidados também se aplicam. Jordana Souza, única mulher entre os fundadores, afirmou que a diversidad­e é uma prioridade. Atualmente, as mulheres representa­m 61% do quadro de colaborado­res, sendo 40% em cargos de liderança.

Como todo grupo de amigos que planeja a próxima viagem, a Voll também prospecta seu próximo voo. A ideia é crescer em duas frentes: alavancar a gestão de pagamento pelo app e manter a excelência da jornada de viagens corporativ­as. Questionad­o se, no início dessa empreitada, o plano era chegar ao destino atual, o CEO disse que há muito a desbravar. “A gente sempre imagina mais. Celebramos as conquistas, mas ainda não chegamos onde a gente quer: ser líder de mercado.”

"EM 2023, REGISTRAMO­S 4,8 MILHÕES DE OPERAÇÕES (VIAGENS) E, PARA ESTE ANO, ESPERA-SE 6,3 MILHÕES EM TODO BRASIL E AMÉRICA LATINA

LUCIANO BRANDÃO, COFUNDADOR E CEO DA VOLL

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