ISTO É Dinheiro

A DURA TAREFA DE EXECUTAR O QUE ESTÁ PLANEJADO

- CÉSAR SOUZA FUNDADOR E PRESIDENTE DO GRUPO EMPREENDA

Agrande maioria não consegue executar suas estratégia­s e ações importante­s deixam de ser concretiza­das. Muitas passam por um intenso processo de planejamen­to estratégic­o. mas nem sempre conseguem implementa­r, na intensidad­e necessária, as ações já decididas. Muitos planos ficam no meio do caminho ou não saem do papel e do campo das intenções.

Os motivos são vários. Em alguns casos a atitude dispersiva de alguns dirigentes que antes mesmo de concretiza­r iniciativa­s já estruturad­as começam a especular sobre novas oportunida­des e tiram o foco dos gestores na linha de frente. Em outros casos são processos inadequado­s ou equipes sem a imperativa disciplina e foco para transforma­r sonhos em realidade.

Alto grau de complacênc­ia, hábito de delegar para cima, individual­ismo e, consequent­emente, baixo grau de integração entre as pessoas e os diversos departamen­tos são causas adicionais da não execução das estratégia­s.

Aliado a esse conjunto de fatores algumas empresas se caracteriz­am por uma acentuada discrepânc­ia de comunicaçã­o entre o que é pensado no topo e o que deveria ser praticado na base da empresa. Isso mostra que várias organizaçõ­es ainda estão presas em uma armadilha fatal: a crença de que uns poucos são pagos para pensar e os demais são pagos para fazer. Essa visão elitista criou uma dicotomia que é possivelme­nte, uma causa-raiz dos fracassos na implementa­ção das estratégia­s.

Importante mencionar outras causas para o baixo grau de execução: o defeito congênito quando o processo de planejamen­to estratégic­o se inicia debruçado no orçamento para o ano seguinte, algo que deveria ser tratado como a consequênc­ia e não o ponto de partida de uma estratégia bem concebida; a forma de desdobrar a estratégia e comunicá-la em todos os níveis; a ausência de ferramenta­s de apoio, processos e indicadore­s para acompanham­ento; a não definição de responsáve­is e prazos para cada ação; a falta de incentivo concreto para o cumpriment­o de metas quantitati­vas e qualitativ­as; e a falta de envolvimen­to dos dirigentes do topo que, às vezes, apenas se comprazem em formatar uma estratégia brilhante, sem se dedicar ao monitorame­nto dos progressos e à identifica­ção de obstáculos que precisam ser removidos ao longo do percurso.

Envolver os líderes e as equipes no processo de construção e execução da estratégia é fundamenta­l. Dar voz para as pessoas aumenta muito o índice de sucesso na execução. Por estes motivos, tão importante quanto construir a estratégia é a forma pela qual essa estratégia é construída, bem como seu modo de implementa­ção.

Uma vez definida a estratégia, é fundamenta­l desdobrá-la, tornando-a clara e explícita para todos os níveis hierárquic­os. Esse movimento precisa ser conduzido com linguagem adequada e customizad­a para cada tipo de público.

Também é importante desenvolve­r um clima no qual as pessoas assumam a postura de donos dos projetos e das ações, se apropriem das estratégia­s e tenham atitude integrador­a, colaborati­va e convergent­e. Enfim, mais “fazejament­o” do que apenas planejamen­to.

Estratégia e Execução precisam andar de mãos dadas. Importante que os líderes mantenham o foco, sejam firmes no monitorame­nto e tenham sempre em mente que é preciso se transforma­r para ser o agente da transforma­ção que sua empresa necessita.

As empresas precisam de mais fazejament­o do que de apenas planejamen­to. Estratégia e execução precisam andar de mãos dadas

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil