UMA JUIZA DURONA
Com a decisão do juiz Sergio Moro de aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar o Ministério da Justiça, quem assumirá os processos da Operação Lava Jato, pelo menos interinamente, é a juíza substituta Gabriela Hardt. Não será a primeira vez que ela encara a empreitada. Em outras ocasiões, quando Moro saiu de férias ou viajou ao exterior, ela se mostrou tão rigorosa quanto ele. Em maio deste ano, quando o juiz estava ausente, ela mandou prender o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que posteriormente obteve um habeas corpus no STF. Gabriela nasceu em Curitiba e chegou a cursar dois anos de engenharia química, mesma profissão do pai, antes de optar pelo Direito. Prestou concurso para juíza em 2007 e foi transferida algumas vezes para cidades do interior do Paraná antes de retornar à Curitiba em 2014 para assumir a posição de juíza substituta na 13ª Vara Federal. Em 2015, ao substituir Sérgio Moro pela primeira vez, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de José Dirceu. No ano seguinte, determinou que o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira indicasse um imóvel como garantia para a fiança estabelecida por Moro. Em suas redes sociais, Gabriela Hardt costuma compartilhar fotos das competições de natação das quais participa e mensagens de apoio à Lava Jato, a policiais federais e outros magistrados.