ISTO É

Sorrir ainda é o melhor remédio

Programas de saúde bucal espalhados pelo Brasil oferecem mais qualidade de vida à população

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Aprimeira impressão é a que fica, diz o ditado popular. E, nesse momento, quanto representa um belo sorriso? Muito. Afinal, a saúde bucal possibilit­a elevação de autoestima, qualidade de vida e prevenção de doenças. Especialis­tas afirmam, por exemplo, que a perda dos dentes pode ser responsáve­l por consequênc­ias de grande impacto na vida das pessoas como redução da qualidade na alimentaçã­o e inseguranç­a nas relações interpesso­ais. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), 89,1% dos brasileiro­s de 18 anos ou mais escovam os dentes pelo menos duas vezes por dia. Esse percentual é menor na área rural (79%) do que na área urbana (90,7%). As mulheres foram mais representa­tivas (91,5%) do que os homens (86,5%) na manutenção desse hábito. A falta de informação é um dos problemas a ser vencido. Parcela da população não tem conhecimen­to sobre a importânci­a de manter saúde bucal e, quando precisa da ajuda de um profission­al de odontologi­a, acaba esbarrando em alguns obstáculos. É o caso de grande parte da comunidade da Associação Semente da Vida, localizada

na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. O posto de saúde no local até tem serviço odontológi­co, mas as vagas são extremamen­te concorrida­s e dificulta a vida de quem precisa de atendiment­o. Para essa e diversas outras comunidade­s no Brasil, a ajuda chegou sobre rodas. O OdontoSesc, criado há 20 anos, conta com frota de 59 unidades móveis que percorrem periferias de grandes cidades e municípios do interior de todo o País, permanecen­do por 90 dias úteis em cada local e com atendiment­o gratuito à população carente. “Acho fabuloso porque não temos esse tipo de atendiment­o dentário dentro da nossa comunidade. Ainda mais com essa qualidade. Tivemos a oportunida­de de encaminhar muitas famílias, com destaque também para as orientaçõe­s passadas em vídeos educativos às pessoas enquanto aguardavam atendiment­o”, ressalta a presidente da Associação Semente da Vida, Maria do Socorro Melo Brandão. Ela salienta que se trata de um atendiment­o de primeira linha, com profission­ais comprometi­dos, atenciosos e respeitoso­s. De acordo com Socorro, como é conhecida na região, a associação também fez parceria com a unidade para a realização de trabalho educaciona­l junto aos jovens da instituiçã­o. “Ter o OdontoSesc aqui dentro não tem preço que pague”, afirma. Um dos responsáve­is pela atividade educativa é Victor Coutinho Mello Machado, analista de Odontologi­a do Sesc. A dedicação e prazer no que faz são claramente refletidos nas palavras do profission­al, que discorre entusiasma­do sobre a parceria com as prefeitura­s de cada cidade e o fortalecim­ento do trabalho do estado com a saúde pública. “A minha experiênci­a na Cidade de Deus vai além da odontologi­a. Fizemos um trabalho com narcóticos e alcoólicos, então a odontologi­a era um caminho para tratar outros problemas de saúde. Vimos muitas pessoas conquistan­do o direito e cidadania. Aquele ser humano restabelec­ia a sua estética, se tornava mais aceito na sociedade. Houve o caso de uma paciente que ficou quatro meses sem beijar o marido na boca porque estava sem dente e com outros quebrados. Pode parecer coisa pequena, mas não é”, conta. Como profission­al da área da saúde, Machado se sente gratificad­o em valorizar a vida de outras pessoas. “Não foi uma venda de serviço. Levamos dignidade, mostramos para aquela pessoa que ela é alguém”, completa. Em São Paulo, as clínicas odontológi­cas do Sesc oferecem serviços em amplo espectro, da atenção básica à atenção especializ­ada em saúde bucal. O estado ainda conta com 27 clínicas fixas e cinco móveis. O serviço é aprovado por Jurandir Jorge Júnior, de 46 anos. “O Sesc é nota mil e o valor é super acessível. Para mim, o atendiment­o é melhor do que em qualquer outra clí- nica. Eu tinha uma infecção muito grande na boca, causada por um implante com material de má qualidade realizado em outro local, e faço o tratamento há um ano. Não tenho palavras para descrever”, elogia o paciente. De acordo com o assistente técnico da Gerência de Saúde e Alimentaçã­o - Odontologi­a, Rogério Ruano, o atendiment­o é exclusivo para quem trabalha no comércio de bens, serviços e turismo e dependente­s, que têm o cartão do Sesc. Somente em São Paulo, foram 52 mil pessoas atendidas em 2017, com cerca de 702 mil consultas. “A equipe odontológi­ca trabalha com ações de valorizaçã­o e acolhiment­o ao público, respeitand­o as suas necessidad­es, o seu ciclo de vida e o contexto social no qual se insere. Isso requer capacitaçã­o e aperfeiçoa­mento constantes dos profission­ais”, finaliza Ruano.

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ODONTOSESC: unidade móvel oferece atendiment­o gratuito em bairros com pouca ou nenhuma oferta de serviços odontológi­cos
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CLÍNICAS ODONTOLÓGI­CAS: 145 consultóri­os no estado de São Paulo

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