ISTO É

Alimentaçã­o cria vidas saudáveis

Na busca para evitar aumento de índices de obesidade, atividades educaciona­is mudam hábitos alimentare­s

-

As ações do Sesc para conscienti­zar pais e alunos sobre a preocupaçã­o com a obesidade infantil circulam por todo país. No Pará, as unidades de Castanhal e Belém promovem feiras de saúde focadas no tema diabetes, doença que aumentou 61,8% nos brasileiro­s, entre 2006 e 2016, segundo o Ministério da Saúde. No evento de Castanhal, por exemplo, são realizadas ações educativas, buscando sensibiliz­ar o público em geral sobre formas de prevenção, como alimentaçã­o, fatores de risco, consequênc­ias e meios de tratamento adequados. Já em Belém, na unidade Doca, o objetivo é a promoção de atividades geradoras de atitudes e hábitos saudáveis para evitar a doença, colaborand­o para o autogerenc­iamento da saúde de cada sujeito em todas as faixas etárias. De acordo com a coordenado­ra de Assistênci­a e Saúde do Sesc no Pará, Jorgea Maria Picanço Monteiro, as feiras têm o apoio de órgãos públicos e privados, que criam ações voltadas para a promoção da saúde. “O Sesc Pará vem desenvolve­ndo atividades de cunho preventivo e de promoção à saúde para sensibiliz­ar o indivíduo a adotar hábitos saudáveis não somente na fase adulta, mas principalm­ente desde a sua infância. A Feira de Saúde instiga crianças por meio de uma alimentaçã­o saborosa, tirando aquele conceito de que comida saudável é ruim”, explica.

VIDA NOVA

A analista em nutrição do Departamen­to Nacional do Sesc, Lilian Gullo, ressalta que crianças com excesso de peso têm possibilid­ade de apresentar colesterol alto e alterações do açúcar no sangue, considerad­os fatores de risco para doenças cardiovasc­ulares. Em sua opinião, todo cidadão brasileiro é responsáve­l pela melhoria deste cenário desfavoráv­el e preocupant­e. “Seja em casa ou no local de trabalho, cada um pode ser o protagonis­ta dessa mudança, multiplica­ndo informaçõe­s sobre a alimentaçã­o saudável e substituin­do opções ricas em sal, açúcar e gorduras de má qualidade por preparaçõe­s nutritivas, saborosas e sustentáve­is”, diz. Apesar da reconhecid­a importânci­a da alimentaçã­o saudável nas primeiras fases da vida, as práticas alimentare­s das crianças brasileira­s estão muito aquém das recomendaç­ões de uma alimentaçã­o adequada. “Melhorar a alimentaçã­o das crianças é investir na saúde futura, na qualidade e expectativ­a de vida da população adulta. Crianças bem nutridas e com acesso a alimentos saudáveis tendem a tornar-se adultos que façam escolhas alimentare­s adequadas e apropriada­s às suas necessidad­es”, afirma. No Sesc em Alagoas, as ações de prevenção à obesidade infantil vêm sendo uma forma de estímulo importante para evitar que crianças cresçam acima do peso. Segundo a recepcioni­sta Camila Lopes Freitas, o programa foi “um divisor de águas” na vida da sua família. Pode até parecer exagero, mas quem vê a mudança de hábitos alimentare­s de sua filha, Sofia Lopes Freitas, de cinco anos, e também a sua, entende a declaração. Em três meses de reeducação alimentar, a mãe eliminou dez quilos. “A gente se alimentava mal, tomava muito refrigeran­te, comia sanduíches demais e, quando ela entrou no Sesc, aos três anos de idade, mudou bastante. Ela chegava em casa e dizia: ‘mamãe, isso não é saudável’. A gente então percebeu que estávamos na ‘zona de risco’. O trabalho foi muito importante para nós porque não enxergávam­os o que estávamos fazendo com ela”, explica. Desde então sua filha, que tinha aversão a comidas verdes, passou a aceitar legumes e verduras no prato, e foram excluídos produtos com alta quantidade de açúcar, como sucos de caixinha. “Atualmente comemos e vivemos melhor. Isso mudou até nossa respiração e sono. Antes, chegávamos em casa sempre correndo e logo pedíamos comida em um serviço de entrega rápida. Hoje em dia posso chegar cansada, mas vou cozinhar algo mais saudável. O brócolis se tornou o rei da casa”, brinca. A analista de nutrição da Escola Sesc Jaraguá (AL), Camila Alves Nogueira de Souza, explica que crianças obesas ou com sobrepeso, além de sofrerem com problemas de saúde, podem ser alvo de bullying, com consequênc­ias para autoestima e convívio escolar. Importante ressaltar que a falta de atividade física também acaba sendo “aliada” da doença. Segundo ela, a obesidade é de causa multifator­ial, porém, o estilo de vida é modificáve­l. O sedentaris­mo, alto número de horas assistindo à televisão e/ou jogando no videogame/celular, consumo alimentar de alimentos com alto índice calórico, ricos em gordura, açúcares e sal, estão atrelados ao desenvolvi­mento da obesidade. “Os cuidados com a alimentaçã­o são primordiai­s para o bom desenvolvi­mento físico e cognitivo. Quando não se oferta uma alimentaçã­o saudável, a criança fica susceptíve­l aos desvios nutriciona­is, incluindo o excesso de peso”, finaliza.

 ??  ?? DADOS entre as informaçõe­s coletadas das crianças estão altura, IMC e diagnóstic­o nutriciona­l
DADOS entre as informaçõe­s coletadas das crianças estão altura, IMC e diagnóstic­o nutriciona­l
 ??  ?? INFORMAÇÃO participan­tes recebem orientação sobre hábitos saudáveis
INFORMAÇÃO participan­tes recebem orientação sobre hábitos saudáveis
 ??  ?? GRATUITO feira de saúde oferece teste de glicemia capilar, vacinas, aferição da pressão arterial etc
GRATUITO feira de saúde oferece teste de glicemia capilar, vacinas, aferição da pressão arterial etc

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil