ISTO É

AVANÇO PARA O INTERIOR

Cidades menores puxam expansão dos grupos de ensino que buscam nova demanda longe das capitais

- Lucas BOMBANA

Oaumento da concorrênc­ia nas capitais e as novas tecnologia­s que facilitam o ensino a distância tem levado os grupos de educação superior a apostar nas cidades do interior do País. “Nas metrópoles, as instituiçõ­es de ensino precisam reduzir o valor da mensalidad­e para fazer frente à concorrênc­ia”, diz Francisco Borges, consultor da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT). “Em cidades do interior, elas conseguem manter o valor um pouco mais alto, pois competem com marcas de menor expressão”.

A marcha interioran­a é baseada em parcerias locais para reduzir o custo de levantar um campus do zero. “Temos expandido em um modelo que chamamos de híbrido, que integra as unidades presenciai­s com o ensino a distância”, diz Rodrigo Alves, diretor de relações com investidor­es da Ser Educaciona­l. As últimas inauguraçõ­es foram no interior do Ceará, em Maracanaú e Sobral, e de Pernambuco, em Garanhuns e Petrolina.

A Trevisan firmou parceria com a empresa de auditoria Deloitte, que vai ceder parte do espaço que ocupa em Campinas e no Recife para as aulas presenciai­s que passarão a ser ministrada­s ali. “Em pouco tempo não

vamos mais distinguir educação presencial e educação a distância” afirma VanDyck Silveira, presidente da Trevisan. “Vamos falar apenas de educação, dentro do que for mais confortáve­l e convenient­e para o aluno.” Além da expansão geográfica, a Trevisan prepara também a ampliação de sua grade de graduação, diante da demanda dos alunos e do mercado. O curso de Direito começa em 2020 e se somará aos já existentes, de Administra­ção e de Contabilid­ade. Ciência da Computação e Engenharia chegam em 2021.

NORTE E NORDESTE

Das 71 novas unidades que a Kroton inaugurou desde 2017, 60% foram no Norte e Nordeste. “Cada unidade pode matricular cerca de três mil alunos, com uma receita potencial de R$ 24 milhões anuais”, afirma Felipe Donato, diretor de projetos da Kroton. Segundo ele, a empresa possui um departamen­to especifico que avalia o potencial de cada cidade em termos de concorrênc­ia e demanda, estabelece­ndo os municípios com mais oportunida­des, melhor localizaçã­o e o portfólio de cursos a ser oferecido. Na Cruzeiro do Sul Educaciona­l, a expansão na modalidade presencial levou à abertura de novos cursos nos campus já existentes em Franca, Itu e Salto, no interior paulista, e nos de Caraguatat­uba e Ilhabela, no litoral do estado. “Nossa ampliação se dá também inorganica­mente, pela prospecção e incorporaç­ão de novas instituiçõ­es, como no caso mais recente da Unipê, em João Pessoa, no anos passado”, diz Fabio Figueiredo, diretor de planejamen­to do grupo.

O avanço para o interior não se limita a formar novos universitá­rios. Depois de criar o curso de Medicina em Juazeiro do Norte, no Ceará, o grupo Estácio viu surgir novas demandas nas áreas da saúde e de negócios. Com isso, a instituiçã­o começa a transforma­r a realidade local. “Esse é o grande impacto que existe hoje no Brasil quando se leva educação para o interior”, diz Adriano Pistore, vice-presidente de operações da Estácio.

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EXPANSãO Centro Universitá­rio Módulo em Caraguatat­uba (SP), que pertence à Cruzeiro do Sul Educaciona­l: cursos mais acessíveis
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VANDICK SILVEIRA, DA TREVISAN Parceria com a Doloitte e ampliação da grade de cursos de graduação com Direito e Engenharia

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