LIVRO MIRA TRUMP
Michael Wolff, o controverso autor do best-seller Fogo e Fúria, volta as suas baterias de novo contra o presidente norteamericano em uma sequência do livro: O cerco (ed. Objetiva). Se o original focava os sete primeiros meses do governo Trump, até a demissão do aliado Steve Bannon, o novo volume tem início em 2018 e narra principalmente o cerco judicial ao presidente, que foi investigado pelo procurador especial Robert Mueller por suspeita de participação na interferência russa na eleição de 2016. Wolff, que diz sentir fascínio por Trump “na certeza absoluta de que ele vai acabar por se autodestruir”, também apresenta no livro diversos episódios e confusões que marcaram a sua administração, incluindo viagens internacionais, o escândalo com a atriz pornô Stormy Daniels e suas polêmicas declarações sobre personagens como John McCain (a quem ironizou pelo tumor cerebral). Também traz comentários sobre outro livro a respeito dos anos Trump, Medo, de Bob Woodward – que teria, na visão de Bannon, se inspirado nas anotações do general McMaster, ex-conselheiro de Segurança Nacional. Bannon, aliás, é frequentemente citado por Wolff. Um antigo aliado e atual desafeto de Trump, o líder nacionalista é considerado um “coautor” informal da obra e tem algumas das opiniões mais demolidoras sobre o presidente, como a que se refere ao seu tino empresarial: “não é o bilionário que alega ser, é só mais um pilantra”. Como o livro que o precedeu, Cerco não é uma análise política, mas uma reunião de depoimentos e impressões de pessoas que cercaram o presidente. Como se trata de um personagem rico, por assim dizer, brilha a imagem que Wolff projeta do americano: “A roleta da Justiça tinha se voltado inexo ravelmente contra ele. Sob diversos aspectos, o próprio governo e a própria Casa Branca de Trump começaram a atacá-lo. Basicamente todos os centros de poder restantes na extrema direita o consideravam incapaz.”