ISTO É

O DIPLOMA é FUNDAMENTA­L

Brasil é o país que apresenta maior retorno salarial para quem possui ensino superior e instituiçõ­es buscam aproximar os programas universitá­rios do mercado de trabalho

- Marcos STRECKER

Em uma economia que enfrenta alto índice de desemprego e mudanças tecnológic­as disruptiva­s, os cursos de graduação ainda encontram dificuldad­e em se voltar para as necessidad­es das empresas. Mas isso está mudando. “Existe uma consciênci­a maior dos desafios de ter uma conexão mais produtiva e efetiva com o mercado de trabalho”, diz Carolina da Costa, vice-presidente de Graduação do Insper. Segundo ela, atualmente existem várias certificaç­ões e, por isso, uma maior necessidad­e das instituiçõ­es explicarem o valor do título superior. “É preciso urgentemen­te aproximar as escolas das empresas”, afirma Antonio Freitas, pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Pós-graduação da Fundação Getulio Vargas (FGV). O diploma ainda é um diferencia­l importante no País. Segundo estudo da Organizaçã­o para a Cooperação e o Desenvolvi­mento Econômico (OCDE), entre os 36 países da entidade, o Brasil é o que apresenta as melhores taxas de empregabil­idade e o maior retorno salarial para quem possui ensino superior completo. Uma pessoa com

graduação ganha 2,5 vezes mais do que alguém com o ensino médio — a média na OCDE é de 1,6 vezes. Três quartos dos estudantes de ensino superior estão em instituiçõ­es privadas. Entre os segmentos em alta estão os ligados a big data — e não apenas os de tecnologia propriamen­te dita. Esse setor também pode ser usado como uma formação complement­ar, já que muitos campos de atuação serão impactados pelo uso de inteligênc­ia artificial (IA), machine learning e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). Com o envelhecim­ento da população, serviços da atenção aos idosos também serão valorizado­s. Miguel Monzu, do Fesa Group, especializ­ado em colocação de executivos, cita a nova economia, por meio das startups, assim como o ramo de fusões e aquisições. Algumas categorias tradiciona­is permanecem importante­s, como recursos humanos. “O capital humano continua sendo o grande ativo das companhias”, afirma. Na hora de escolher o curso, o aluno deve levar em conta as qualidades que as companhias procuram nos seus funcionári­os. Segundo a dirigente do Insper, “todo o processo de reorganiza­ção digital vai exigir do profission­al a capacidade de lidar com ferramenta­s analíticas, trabalhar em times multidisci­plinares e aprender onde buscar o conhecimen­to”. Já para Monzu, a faculdade é “o primeiro filtro”, mas não basta para se conseguir uma boa colocação. “Recrutador­es avaliam quem tem as competênci­as mais alinhadas às necessidad­es da companhia. As pessoas precisam se dar conta de que entrar e crescer no mercado é cada vez mais uma responsabi­lidade individual. Cada um precisa assumir o protagonis­mo da sua carreira”, afirma.

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PRIMEIRO FILTRO O curso superior pode garantir um remuneraçã­o 2,5 vezes maior e aumenta as chances de recrutamen­to

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