Um Dom Quixote ainda mais louco
Em “O homem que matou Dom Quixote”, o diretor Terry Gilliam embaralha ficção e realidade em uma alegoria da liberdade
Aprodução turbulenta de “O homem que matou Dom Quixote” alterou o destino e até o enredo do longa-metragem do americano Terry Gilliam. “Foram tantos os acidentes, mudanças e desistências que eu não imaginava no que o filme se transformaria”, diz Terry Gilliam à ISTOÉ. No início, ele imaginou um filme sobre o personagem Dom Quixote. Ao longo de 20 anos, tudo virou pelo avesso. Gilliam enfrentou desde a troca de protagonista, brigas com produtores e até a interrupção de filmagens por falta de verba. O resultado é uma obra de arte saída da imaginação ardente de Gilliam como a alegoria da liberdade. Ele carrega, aos 78 anos, uma vasta filmografia, tanto solo como ao lado da trupe Monty Python, que comemora 50 anos. O filme narra a história de uma produção frustrada. O cineasta Toby (Adam Driver) volta ao interior da Espanha para filmar um comercial, dez anos após ter rodado a saga de Quixote. Lá, revê o sapateiro que fez Quixote (Jonathan Pryce) e uma paixão, Angélica (vivida pela atriz portuguesa Joana Ribeiro). Então mergulha no cenário até ser dominado pelo carisma do Cavaleiro Errante e encarnar Sancho Pança.