ISTO É

Brasil Confidenci­al

- por Germano Oliveira

Não é de hoje que a família Bolsonaro prega a volta aos anos de chumbo da ditadura e o retorno dos militares ao poder, mas a fala do deputado Eduardo sobre o novo AI-5 é de arrepiar. Só quem viveu os anos de terror impostos pelo AI-5, implantado pelos militares em 1968, pode atestar o que ele significou para a liberdade de expressão, como a censura, prisões, mortes, tortura, exílio, cassação de mandatos de parlamenta­res e fechamento do Congresso. Eduardo não tinha nem nascido, mas seu pai já. O mais assustador é que ele defenda esse modelo, como os elogios que faz ao coronel Brilhante Ustra, o maior torturador da história brasileira. E ensinou aos filhos que isso foi bom. Não é à toa que seus moleques reverberam agora esse pensamento: criou filhotes da ditadura.

Só um cabo

E não adianta Eduardo pedir desculpas. É o que ele pensa mesmo. Tanto que recentemen­te o deputado disse que para fechar o STF bastava um cabo e um soldado. Querem sim a intervençã­o nas instituiçõ­es democrátic­as, a volta da ditadura, o fim da liberdade de imprensa (vide as ameaças aos veículos de comunicaçã­o).

Cassação

Foi por isso que a sociedade reagiu à fala de Eduardo. Da direita à esquerda. Do DEM de Rodrigo Maia a integrante­s do próprio PSL. Agora, deputados pedem a cassação do mandato do deputado, que, de bebê mimado, virou uma ameaça à democracia. Quem prega o fechamento do Congresso, como ele, não deve fazer parte da instituiçã­o. Simples assim.

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MOLECAGEM O que Eduardo Bolsonaro falou sobre o AI-5 foi infantilid­ade ou resquícios da repressão?

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