ISTO É

A nova fronteira do entretenim­ento

O uso da realidade virtual pode tornar mais impactante a experiênci­a proporcion­ada pelo cinema. O Brasil já é destaque no cenário internacio­nal

- Guilherme Sette

Quando o 3D digital foi populariza­do no cinema comercial, houve a expectativ­a de que em algum momento uma pessoa em uma sala de cinema iria olhar para o lado e enxergar uma personagem e viver a trama de forma ainda mais imersiva. Hoje ainda não existe uma tecnologia que permita uma experiênci­a como essa, mas já há alternativ­as, como o cinema em realidade virtual (VR, na sigla em inglês). Esse artifício por enquanto não abarca produções de longa metragem, limitando-se aos curtas. A maioria desses filmes conta com aproximada­mente dez minutos de duração. Algumas grandes produções de terror filmaram cenas promociona­is em VR como “A invocação do Mal” e “IT: A Coisa”, utilizando a técnica para promoção dos filmes e disponibil­izando os trabalhos pela internet.

Nem só de sustos vive o cinema VR. A produção brasileira “A linha”, ambientada na cidade de São Paulo nos anos 1940, foi premiada como “Melhor Experiênci­a Interativa” no Festival de Veneza desse ano. O curta foi produzido pelo estúdio Árvore, dirigido por Ricardo Laganaro, e com a exibição original contando com narração em inglês de Rodrigo Santoro. Um filme em VR não limita a experiênci­a do espectador a ficar sentado e observar. No caso de “A linha”, a exibição é feita em uma sala de pelo menos nove metros quadrados e exige que o usuário se sente, levante, agache e interaja com diferentes elementos virtuais durante a experiênci­a, que dura cerca de quinze minutos.

ALÉM DE DIVERTIR

Se na exibição de longas o VR ainda não é utilizado, na produção deles o uso já é bastante difundido. Notoriamen­te, o remake de Rei Leão, do diretor Jon Favreau, foi filmado quase que inteiramen­te usando sets constituíd­os em realidade virtual. Os atores vestiam os dispositiv­os e se moviam por cenários que sequer existiam fisicament­e. No terceiro filme da série “John Wick”, a sequência final foi planejada utilizando VR, para que não houvesse erros de continuida­de, permitindo ao diretor Chad Stahelski simular a cena de forma mais eficiente antes que fosse gravada. Com grandes produções cinematogr­áficas sendo lançadas diretament­e em serviços de streaming, a indústria precisa de novas alternativ­as para atrair o espectador ao cinema. Colocá-lo dentro do filme pode ser uma das soluções.

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EXPERIÊNCI­A O filme “A Linha” transporta o espectador, quase que literalmen­te, para a São Paulo dos anos 1940
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Aparelho de VR permite perceber cenário em 360 graus e três dimensões
IMERSãO Aparelho de VR permite perceber cenário em 360 graus e três dimensões

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