ISTO É

Última Palavra

- Mentor Neto

Parasita é o grande vencedor do Oscar 2020. Mais que isso. Nunca, na história do prêmio, uma película não falada em inglês conquistou o Oscar de Melhor Filme.

Mas não parou por aí.

Levou ainda o Oscar de Melhor Filme Internacio­nal, Roteiro Original e Diretor, outro feito inédito para um filme não americano.

É certo que nem nos mais desvairado­s sonhos do diretor e dos produtores sul coreanos o filme teria uma performanc­e como essa.

Até mesmo quem apostava no sucesso do filme, não poderia imaginar que o danado passaria o rodo, desse jeito.

Desconfio que o título ajudou muito.

Porque não tem nada mais contemporâ­neo no mundo do que “parasita”.

O Corona, que é o assunto da vez, por exemplo, é um vírus. E vírus são parasitas, obviamente.

Mas a atualidade desse tema está muito além do vírus. Parasitas tomaram conta do mundo.

De doenças ao Oscar, passando pela política e pelo comportame­nto social.

Garanto que com o sucesso do filme, já deve ter gente escrevendo o Parasita 2.

Eu mesmo já estou separando algumas ideias para tentar minha sorte em Hollywood.

Divido aqui algumas ideias, que pretendo enviar para a Netflix.

Parasita 2 - Um Parasita na Casa Branca

Terror clássico, tipo Stephen King.

Um presidente americano zumbi (pensei no Roberto Justus para ator), num futuro próximo, decide que está acima da Constituiç­ão e passa a sugar recursos e informaçõe­s de outras Nações para garantir sua sobrevivên­cia no poder, como um parasita da Nação.

Sua saga é descoberta tarde demais.

A maioria do Senado, que poderia destruir o parasita, também já se transformo­u em zumbi.

Cliffhange­r de primeira para o Parasita 3.

Parasita 2 - O Parasita Mora em Casa

Uma comédia de costumes, no estilo de A Grande Família, focada nas desventura­s de um clã que assume o poder numa republique­ta latina.

Na primeira meia-hora é meio pastelão, o presidente de sandália no Palácio, reunião de Ministros com camisa de time de futebol, essas coisas quem ninguém acredita, mas ri.

O ponto alto, no entanto, são as hilariante­s trapalhada­s dos filhos do presidente, os parasitas, sempre colocando o pai em situações constrange­doras no Brasil e no mundo.

Como toda grande comédia, é filme de ator.

Pensei em Renato Aragão para o papel do presidente.

Parasita 2 - O Parasita Remoto

Ficção Científica misturada com terror, tipo Alien.

O filme explora a ideia de que nem todo parasita precisa viver próximo de seu hospedeiro.

Um astrólogo auto-intitulado filósofo, torna-se o parasita de um governante.

O plot twist é quando descobrimo­s que o parasita injeta suas ideias malignas no cérebro do mandatário há mais de 5 mil quilômetro­s de distância, o que cria um desafio para a ciência, já que não podem atuar diretament­e no presidente infectado. Não tenho um final ainda para o roteiro.

Mas acaba mal.

Parasita 2 - O Parasita Está de Volta

O melhor guardei para o final.

Ficção e suspense daqueles de assistir pelas frestas dos dedos, tapando os olhos com as mãos.

Começa com um líder latino, popular, amado pelo povo. Se corrompe e vira um parasita do Estado.

É preso e quando todos imaginam que ele não representa mais perigo, é libertado.

Mais ou menos como aqueles filmes onde um vírus escapa do laboratóri­o.

O homem precisa encontrar um hospedeiro para sobreviver, então reúne um exército de parasitas e promete voltar a contaminar o país.

Eu sei.

É um roteiro pouco convincent­e, pode ser que as produtoras achem absurdo demais de tão ficcional.

Minha esperança é que, como é passado no Brasil, talvez a Netflix acredite.

Mentor Neto é escritor e cronista

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