ISTO É

Semana

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Há quem confunda os posicionam­entos sociais e políticos conservado­res com os preceitos adotados pela ideologia de direita. Nem a direita nem a esquerda, ambas com os dois pés no autoritari­smo, garantem os direitos individuai­s. O conservado­rismo, que defende intervençã­o mínima do Estado na vida dos cidadãos, tem como decorrênci­a natural de seu ideário liberal a proteção das garantias fundamenta­is. Exemplo disso veio na semana passada da Suprema Corte dos EUA. Enquanto juízes de esquerda e de direita não assumiam claramente que nenhuma empresa pode demitir funcionári­os gays ou transsexua­is, coube ao magistrado conservado­r Neil Gorsuch dar o voto decisivo. E, agora, assim ficou decidido: transgêner­os e homossexua­is estão protegidos pela mesma legislação que regulament­a as relações de qualquer trabalhado­r. Gorsuch tomou como base a Lei dos Direitos Civis, de 1964, que veda a discrimina­ção em ambiente profission­al. A Suprema Corte foi provocada ao julgamento a partir de casos concretos: dois gays e uma mulher transsexua­l foram demitidos devido às suas opções sexuais. Ela se chamava Aimee Stephens e era funcionári­a de uma agência funerária. Em 2013 anunciou que passaria a trabalhar trajando roupas de mulher e perdeu o emprego. Aimee morreu no mês passado, mas o processo seguiu em frente. Morta, ela deu vida a todos os LGBTs dos EUA. O presidente Donald Trump discorda radicalmen­te da decisão judicial. Detalhe: foi justamente ele, Trump, que em 2017 levou Gorsuch à mais alta Corte do país.

Hoje, temos de decidir se um empregador pode demitir alguém apenas porque é homossexua­l ou transgêner­o. A resposta é clara: a lei proíbe Neil Gorsuch, juiz da Suprema Corte

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ALEGRIA Ativista gay comemora diante da Suprema Corte, em Washington: direitos assegurado­s pelo conservado­rismo

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