ISTO É

A FUGA DE WEINTRAUB

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Abraham Weintraub não poderia deixar o cargo sem um rastro de confusão. O ex-ministro, que está sob investigaç­ão do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura ataques contra a instituiçã­o e declarou que temia ser preso, saiu do Brasil na calada da noite e apareceu com a família em Miami no sábado 20, onde aguarda a nomeação para a diretoria-executiva do Banco Mundial, cargo prometido para ele por Bolsonaro. A vaga está garantida para Weintraub pelo menos até outubro, mas, na quarta-feira 24, a associação de funcionári­os do banco enviou uma carta ao comitê de ética em que pede a suspensão de sua indicação. Os membros do banco denunciam sua posição contrária aos direitos das minorias e os ataques à China. Rigorosame­nte, Weintraub não poderia ter deixado o País depois de demitido, pois perdeu o direito ao passaporte diplomátic­o. Também não poderia entrar nos Estados Unidos como um cidadão comum por causa das restrições de viagens em razão da pandemia. Para contornar a situação, o governo só o exonerou depois de sua viagem. Embora ele tenha sido demitido na sexta-feira 19, a exoneração foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) no sábado. Na terça-feira 23, Bolsonaro publicou uma retificaçã­o no DOU em que alterou a exoneração para sextafeira 19. O TCU considera a possibilid­ade de fraude no processo.

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