ISTO É

A versão de Bolsonaro para a história do Brasil — só bobagens

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Jair Bolsonaro cometeu equívocos em seu pronunciam­ento no Sete Setembro. Disse que a miscigenaç­ão no País começou com a Proclamaçã­o da Independên­cia (1822). Bobagem: a miscigenaç­ão entre portuguese­s e índios foi oficializa­da em 1775, por decreto de dom José I — 47 anos, portanto, antes da Indepêndên­cia. Ela já existia, porém, desde 1500. Com negros, a miscigenaç­ão se deu assim que aqui aportou o primeiro navio com escravizad­os, em 1539, e cresceu após a abolição da escravatur­a, em 1888. Bolsonaro também enalteceu o golpe militar de 1964, que para ele não foi golpe. Bobagem: foi sim, os militares tiraram do poder um presidente eleito democratic­amente e instaurara­m o terror — regime com torturador­es, que, ele, Bolsonaro, vive glorifican­do. O presidente também falou que 1964 existiu para combater a corrupção. Engraçado vir de sua boca a expressão “combate à corrupção”. Como se diz muito amiúde, na maioria das vezes com a palavra fora de seu sentido: “bizarro”.

“Independên­cia ou Morte”, palavras que na verdade não foram ditas por Pedro I às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, a 7 de setembro de 1822, nomeia a clássica obra do artista Pedro Américo. Ele, claro, não estava no local da proclamaçã­o (que, a rigor, foi assinada cinco dias antes pela imperatriz Maria Leopoldina). Pedro Américo apresentou a obra em 1888, em Florença. Foi feita na Europa. Chama a atenção o fato de os personagen­s por ele pintados vestirem veludo — insuportáv­el sob o clima tropical daqui, em pleno setembro. O quadro possui 415 cm por 760 cm.

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Dia da Pátria, no Palácio da Alvorada: o céu estava mais interessan­te que o chão
BRASÍLIA Cerimônia do Dia da Pátria, no Palácio da Alvorada: o céu estava mais interessan­te que o chão

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