ISTO É

Aos amigos, tudo

- Marcos Strecker

Bolsonaro premia setores e categorias por interesse eleitoral ou mero corporativ­ismo. Agora é a vez das

Uma das bases da democracia americana, a mais longeva da história, é o equilíbrio entre direitos e deveres para todos os cidadãos. Isso garante o desenvolvi­mento e distribui a riqueza. No Brasil, ao contrário, o atraso e a desigualda­de secular são sustentado­s pelo aparelhame­nto do Estado, colocado a serviço de grupos de interesse e setores privilegia­dos. O governo Bolsonaro é um exemplo cristalino e torpe das consequênc­ias desse patrimonia­lismo nacional. A recém-anunciada benesse para igrejas evangélica­s, aprovada no Congresso e aguardando sanção presidenci­al, é exemplar. A medida anistia R$ 1 bilhão em dívidas com a Receita Federal. Bolsonaro já disse à bancada evangélica que apoia a iniciativa, mas afirmou que vai vetar parte do perdão para não incorrer em crime de responsabi­lidade. Isso não o isenta. O projeto tem as suas digitais. Os evangélico­s são uma base de sustentaçã­o fundamenta­l para seu governo, e se uniram desde a campanha. O bispo Edir Macedo passou a apoiar Bolsonaro uma semana antes do primeiro turno. Na mesma ocasião, Bolsonaro recebeu o apoio de vários líderes da comunidade. O pastor Magno Malta chegou a ser cotado como seu vice.

A emenda, que anula dívidas acumuladas após fiscalizaç­ões e multas aplicadas pela Receita, foi apresentad­a pelo deputado David Soares (DEM), filho do missionári­o R. R. Soares. Quinze dias antes, o parlamenta­r havia se reunido para tratar do assunto com Bolsonaro e o secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto. A aprovação, folgada, teve 345 votos. Entre os apoiadores estão os deputados-pastores Silas Câmara (Repu

Mais um escândalo de rachadinha­s está sob a investigaç­ão do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP/RJ). O acusado da vez é o vereador Carlos Bolsonaro (Republican­os). A prática é conhecida na família do presidente e o esquema movimentou, segundo a investigaç­ão, R$ 7 milhões. O crime atribuído ao vereador é o de peculato, quando um servidor se apropria indevidame­nte de recursos públicos em benefício próprio. Vereador desde 2001, Carluxo, como é conhecido, teria utilizado parte dos salários de seus assessores fantasmas para obter vantagens. A prática, conhecida como rachadinha, acontece quando o político retém uma parte ou todo o salário dos funcionári­os. Também é comum a contrataçã­o de parentes que não prestam qualquer tipo de serviço.

Edir Barbosa Goes, funcionári­o responsáve­l

A primeira-dama recebeu R$ 89 mil em 27 depósitos feitos por Fabrício Queiroz

A ex-mulher do presidente comprou 14 imóveis entre 1998 e 2008, usando dinheiro vivo nos negócios

Quando era casada com Jair Bolsonaro comprou um imóvel usando dinheiro vivo

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