Aos amigos, tudo
Bolsonaro premia setores e categorias por interesse eleitoral ou mero corporativismo. Agora é a vez das
Uma das bases da democracia americana, a mais longeva da história, é o equilíbrio entre direitos e deveres para todos os cidadãos. Isso garante o desenvolvimento e distribui a riqueza. No Brasil, ao contrário, o atraso e a desigualdade secular são sustentados pelo aparelhamento do Estado, colocado a serviço de grupos de interesse e setores privilegiados. O governo Bolsonaro é um exemplo cristalino e torpe das consequências desse patrimonialismo nacional. A recém-anunciada benesse para igrejas evangélicas, aprovada no Congresso e aguardando sanção presidencial, é exemplar. A medida anistia R$ 1 bilhão em dívidas com a Receita Federal. Bolsonaro já disse à bancada evangélica que apoia a iniciativa, mas afirmou que vai vetar parte do perdão para não incorrer em crime de responsabilidade. Isso não o isenta. O projeto tem as suas digitais. Os evangélicos são uma base de sustentação fundamental para seu governo, e se uniram desde a campanha. O bispo Edir Macedo passou a apoiar Bolsonaro uma semana antes do primeiro turno. Na mesma ocasião, Bolsonaro recebeu o apoio de vários líderes da comunidade. O pastor Magno Malta chegou a ser cotado como seu vice.
A emenda, que anula dívidas acumuladas após fiscalizações e multas aplicadas pela Receita, foi apresentada pelo deputado David Soares (DEM), filho do missionário R. R. Soares. Quinze dias antes, o parlamentar havia se reunido para tratar do assunto com Bolsonaro e o secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto. A aprovação, folgada, teve 345 votos. Entre os apoiadores estão os deputados-pastores Silas Câmara (Repu
Mais um escândalo de rachadinhas está sob a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP/RJ). O acusado da vez é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). A prática é conhecida na família do presidente e o esquema movimentou, segundo a investigação, R$ 7 milhões. O crime atribuído ao vereador é o de peculato, quando um servidor se apropria indevidamente de recursos públicos em benefício próprio. Vereador desde 2001, Carluxo, como é conhecido, teria utilizado parte dos salários de seus assessores fantasmas para obter vantagens. A prática, conhecida como rachadinha, acontece quando o político retém uma parte ou todo o salário dos funcionários. Também é comum a contratação de parentes que não prestam qualquer tipo de serviço.
Edir Barbosa Goes, funcionário responsável
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Quando era casada com Jair Bolsonaro comprou um imóvel usando dinheiro vivo