RELÓGIOS INTELIGENTES
Oscar Niemeyer pode até ser nosso arquiteto mais conhecido, mas os holofotes hoje estão em outro gigante: Paulo Mendes da Rocha. Aos 91 anos, workholic assumido e profissional de lucidez impecável, de sua prancheta saíram, entre tantas obras, os projetos do museu MUBE, na Argentina, e da Pinacoteca, na capital paulista. O arquiteto anunciou recentemente uma decisão que causou estranhamento e até revolta entre os admiradores mais ufanistas: a doação de seu acervo à Casa de Arquitectura, museu e centro expositivo de Matosinhos, na região metropolitana do Porto, em Portugal.
“Ele é uma referência para os jovens arquitetos. Em princípio me deu pena, principalmente pelos profissionais que estão chegando. Por outro lado, ele é um nome internacional e pertence ao mundo”, afirma o arquiteto Caco Castello Branco.
Picasso do museu fluminense Chácara do Céu. Até hoje ninguém foi preso e as obras nunca foram encontradas.
Como em qualquer empresa, uma boa gestão financeira e manutenção do espaço físico, com segurança e limpeza, continua sendo a fórmula mais simples para que as coisas dêem certo. Para a diretora do Museu de Arte Contemporânea (MAC), Ana Gonçalvez Magalhães, há condições essenciais para a preservação de um acervo. “É preciso ter profissionais altamente qualificados e, em relação à infraestrutura, espaços com controle de temperatura e umidade, serviços especializados de manutenção do sistema de ar condicionado, bem como mobiliário adequado para guarda dos objetos corretamente”, explica.
INICIATIVA PRIVADA
Apesar das tragédias, vontade política e incentivo podem auxiliar na preservação da arte no País. Segundo Castello Branco, as coisas funcionam melhor quando a iniciativa privada entra em cena. “A participação das empresas tem acontecido, mas com a pandemia tudo ficou em segundo plano”, diz. Os casos de sucesso são raros, mas existem. Um deles é a famosa “Casa de Vidro”, museu-residência que reúne parte da obra de Lina Bo Bardi. A arquiteta ítalo-brasileira foi responsável pelo projeto arquitetônico do MASP, sua obra-prima que até hoje arrebata visitantes ávidos por observar de perto suas colunas vermelhas e um dos maiores vãos livres do mundo. Às vezes é preciso vencer a burocracia brasileira, como no caso do acervo do bibliófilo José Mindlin e sua esposa, Guita. Apesar de declarar que queria doar sua espetacular biblioteca à Universidade de São Paulo (USP) em 2006, o processo se arrastou e apenas em 2013 a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin foi inaugurada. Quando falamos de doações de acervos artísticos, vale a máxima: antes tarde do que nunca.
Afebre maculosa é uma doença transmitida pelo aracnídeo carrapato-estrela, tem nas capivaras as suas hospedeiras naturais e chega a ser fatal em pelo menos 50% dos casos — muitas vezes devido à dificuldade de diagnósticos que acabam sendo equivocados. As regiões das cidades paulistas de Ipaussu, Campinas, Piracicaba e Americana, no noroeste do estado, estão amargando um surto dessa enfermidade. Nesses locais existem rios e lagos, e é neles que as capivaras passam boa parte do tempo. Inadvertidamente, qualquer pessoa que entre na água pode acabar tendo tendo contato com carrapatos-estrela. Também em terra ou na grama ocorre a transmissão da doença. Foi isso o que aconteceu com pedreiro Robison Rodrigues, de 32 anos, enquanto passeava no lago municipal de Ipaussu, onde mora. “Percebi que havia algumas capivaras”, diz ele. Ao voltar para casa, tudo corria bem, mas, depois de uma semana de trabalho, começaram os sintomas: febre acima de 39ºC e calafrios, dor de cabeça intensa, dor muscular constante, inchaço e manchas avermelhadas pelo corpo — quando as manchas demoram para a surgir, muitas vezes o estado clínico do paciente é confundido com gripe e, atualmente, Covid-19.
Rickettisia rickettsii, bactéria que causa a febre maculosa
O carrapatoestrela é o vetor que compromete a saúde
Rodrigues acabou hospitalizado e atravessou um coma de trinta dias. Recuperado, mas com sequelas, ele perdeu dezesseis de seus sessenta e oito quilos, a mobilidade das pernas foi prejudicada e desenvolveu problemas de memória. Para Ralcyon Teixeira, infectologista do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, a doença pode acometer as pessoas gravemente: “A febre maculosa não tem uma feição específica, em alguns casos pode ser severa”. Quanto à perda de memória apresentada por
Animais como a capivara carregam esse carrapato
Mais de 50% das pessoas contaminadas morrem