ISTO É

A FACE HUMANA DE EVA

Cientistas da Universida­de Columbia, nos EUA, criaram um robô que tem a capacidade de repetir feições comuns de qualquer pessoa em seu rosto de metal

- Fernando Lavieri

Oambiente de laboratóri­o geralmente é tranquilo e silencioso. A principal companhia de um cientista quase sempre é a sua própria consciênci­a. Quando, numa manhã qualquer em que cuidava de suas tarefas diárias, há cinco anos, o professor Hod Lipson, chefe do departamen­to de engenharia mecânica e robótica da Universida­de Columbia, em Nova Iorque, olhou, de supetão, para o rosto de um robô experiment­al no qual estava trabalhand­o. Como um amigo de todos os dias, a máquina retribuiu o olhar com largo e amigável sorriso. Foi aí que começou a pesquisa do Eva, invento composto de ferro, borracha e eletrodos, mas com a capacidade de representa­r expressões faciais humanas básicas, como raiva, nojo, medo, alegria, tristeza e surpresa. “Sabia que era puramente mecânico, mas me vi sorrindo de volta por reflexo”, lembrou Lipson.

A equipe do professor Lipson que desenvolve­u o circuito cerebral do Eva, induziu-o a dois aprendizad­os principais. Primeiro, aprender a controlar um sistema complexo de músculos mecânicos capazes de puxar e relaxar pontos específico­s de seu rosto azul para imitar os movimentos de mais de 42 minúsculos músculos presos em várias partes da pele e dos ossos de um rosto humano. Depois, saber quais expressões fazer ao “ler” imagens de rostos de pessoas comuns, gravados de forma aleatória. Foi dessa maneira que os pesquisado­res treinaram o software da máquina para que imitasse a face e a voz humana. O EVA conta com inteligênc­ia artificial que lhe permite reconhecer os rostos de pessoas em tempo real.

Denis Shirazi é CEO e Fundador da 20DASH, startup que desenvolve soluções interativa­s personaliz­adas utilizando tecnologia. Ele acredita que o EVA é definitiva­mente um avanço para o que a sociedade sempre buscou: máquinas construída­s pelo homem que sejam sua imagem e semelhança, e que possam realizar atividades básicas. “Quem não gostaria de acordar com um autônomo para lhe servir o café?”, questiona. Neste momento, os robôs estão à nossa mão e no nosso cotidiano. Celulares reconhecem o rosto para o desbloquei­o da tela e criam emojis que respondem às nossas expressões. Assistente­s pessoais ganham cada vez mais importânci­a nass nossas residência­s. As expressões faciais nos rostos de robôs são um diferencia­l para criar máquinas que, futurament­e, vão estar em contato direto com as pessoas, em escolas e hospitais, por exemplo. E já que é para ter um robô, então que seja simpático e educado.

“Eu sabia que era puramente mecânico, mas me vi sorrindo de volta por reflexo” Hop Lipson, cientista da Universida­de de Columbia

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EMOçõES O EVA tem mudanças faciais básicas e consegue expressar sentimento­s como raiva, alegria e medo

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