Pela primeira vez, Justiça condena agente da ditadura militar
Pela primeira vez um agente que integrou o aparato repressivo da ditadura militar foi condenado criminalmente. Trata-se do exdelegado Carlos Alberto Augusto, amigo do falecido torturador e coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ídolo do presidente Jair Bolsonaro. O policial teve pena fixada em dois anos e onze meses de prisão (regime semiaberto), em sentença dada pelo juiz federal Silvio César Arouk Gemaque, de São Paulo.
Motivo da condenação: ele sequestrou o ex-fuzileiro naval Edgar Aquino Duarte, em 1971, que desapareceu dois anos depois, quando retirado do Dops. Duarte foi sequestrado e torturado logo após a detenção de José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo, líder da greve dos marinheiros em 1964 e que se tornaria um agente infiltrado da repressão. Duarte na época não militava, apenas abrigou Anselmo em sua casa. O Ministério Público vai recorrer da sentença na tentativa de aumentar a pena.