Cansadas de crises, a classe média alta e as elites da Venezuela batem recorde na emigração para os EUA
Aleitora e o leitor já viram inúmeras fotos similares a essa que está acima – e, como também o olhar acostuma-se ao que vê, fica claro que são imigrantes abandonando o seu país e tentando entrar legal ou ilegalmente em outro território. Mas cadê as pessoas esquálidas e muito sofridas que singram dias e noites à deriva pelos mares? Eis aí uma profunda diferença. E novidade. Os imigrantes da imagem integram a classa média alta e a elite da Venezuela. Agora, estão eles deixando o que possuem porque não mais suportam a crise política, social e econômica em que vivem, não mais suportam a repressão, não mais suportam o totalitarismo e a ignorância do ditador populista Nicolás Maduro. São banqueiros, médicos, professores, acadêmicos, advogados e engenheiros impedidos de ingressarem nos EUA por meio de aviões: devido à pandemia os vistos dados pelo governo norte-ameriano ficaram extremamente restritos. O melhor jeito, então, é valerse dos rios mexicanos de fronteira, ainda que se corra o risco de ser sequestrado ou morto por traficantes. Temse um recorde nessa imigração elitizada: entre meados de maio e o final de junho, cerca de sete mil e quinhentos venezuelanos adentraram nos EUA pelo México. Eles chegam, entregam-se à polícia e aguardam por resposta ao pedido formal de asilo.
REALEZA