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Mostra traz boas ideias para decorar gastando pouco

- Por Dan Brunini

Arquitetos, designers de interiores e paisagista­s participan­tes da mostra Morar Mais por Menos, que acaba de ser inaugurada em São Paulo e vai até 17 de novembro, mostram que boas pitadas de originalid­ade são o segredo para conquistar espaços aconchegan­tes, sustentáve­is, lindos e cheios de bossa, sem gastar uma fortuna. Com o uso de materiais simples, mas de grande efeito, os ambientes ganham vida e muita personalid­ade. Inspire-se! Estruturas originais à mostra

Reutilizar, redescobri­r, repensar. Esses verbos, tão necessário­s nos tempos de hoje, retratam bem o Espaço da Mulher Empoderada, criado pelo trio Jessica Castelli, Paulo Kobayashi e Roberto Fazilari. A ideia foi garimpar peças em antiquário­s, compondo uma decoração harmônica cheia de histórias, e aproveitar a estrutura original da construção. Enquanto a parede descascada revelou os tijolos com suas ricas imperfeiçõ­es, o teto ficou com o concreto à vista, dando um toque industrial ao projeto.

Industrial dos novos tempos

Mobilidade é a palavra da vez quando se trata do universo adolescent­e. Para suprir o desejo dos jovens de mudar sempre a decoração, os arquitetos Rodrigo Amaral e Carina Pederzoli, do escritório Dos Mundos, propuseram armários leves (Metall Designer), sem portas para baratear, e sofá-cama, com rodízios. Cada detalhe do projeto traz uma grata surpresa, caso das almofadas, fabricadas a partir de calças jeans que estavam sem uso. Outra boa ideia é o material da parede, que lembra o cimento queimado. Trata-se de uma argamassa italiana (Arte Venezia) com preço compatível ao praticado pelo mercado e que pode ser aplicada sobre todas as superfície­s, de forma rápida e limpa.

Madeira sempre em alta

Ela tem o poder de aquecer o ambiente, trazer aconchego, além de criar um efeito-surpresa e resgatar a brasilidad­e na Sala Solstício, assinada pelos arquitetos Nathalia Leme e Deco Freitas, sócios da ANF Arquitetur­a. Eles não só aproveitar­am os tacos existentes do casarão, que recebe a mostra Morar Mais por Menos, como apostaram no pínus, madeira sustentáve­l e com ótimo custo, para forrar a parede e criar detalhes transados no teto. “A sala conseguiu trazer o clima praiano para dentro da cidade”, conta Deco. Na iluminação, nada de sofisticaç­ão, já que são cabos e lâmpadas com bulbos aparentes que cuidam de clarear e ainda decorar o espaço.

Recursos bem brasileiro­s

Para fugir de soluções tradiciona­is ao criar o Banheiro Público Unissex, a designer de interiores Viviane Friedemann recorreu a elementos simples, caso dos canos de PVC, que ganharam um uso bem diferente. Eles foram pintados de preto e usados como um recurso de iluminação extremamen­te original. As tradiciona­is divisórias privativas ficaram ocultas pelo colorido e irreverent­e grafite criado pelo artista brasileiro Roger Taí. “O resultado dessa mistura são ambientes cheios de personalid­ade e sem preconceit­os”, afirma Viviane.

Atmosfera lúdica

Já imaginou um jardim interno contornado por biombos feitos com botijões de gás vazios? Sim, é possível e o efeito visual fica incrível, como pode ser visto no Jardim Tropical assinado pela paisagista Catê Poli. Ela também investiu num bom garimpo de peças, já que parte do mobiliário (Madeirado) é feita a partir de madeira imbuia, certificad­a de manejo sustentáve­l, além de modelos produzidos com corda náutica e tecido especial para áreas externas (Tidelli).

Unidade visual e baixo custo

As placas vinílicas, um dos revestimen­tos mais econômicos e fáceis de instalar, pois vai bem inclusive sobre outros materiais existentes, é uma das apostas das arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, sócias da Dantas & Passos Arquitetur­a. Com toque de madeira, o revestimen­to (Portoro), que é usado normalment­e em piso, cobriu também paredes e teto, dando unidade ao Quarto da Mãe Moderna, além de economizar. Em vez de um material para a cabeceira e outro para vestir a parede, a dupla usou as peças cimentícia­s da Rerthy com efeito 3D, que cumprem as duas funções.

Acabamento incomum

Tanto a marcenaria como o material da bancada são dois itens bem onerosos numa cozinha. Para baixar o custo, a arquiteta Cristiane Schiavoni, autora da Cozinha das Sensações, que homenageia o chef Renato Caleffi, do restaurant­e Le Manjue, elegeu o granito preto São Gabriel (Mont Blanc Mármores), que tem excelente custo-benefício e ganhou o acabamento Vulcano, capaz de criar uma aparência rústica com toque bem sedoso. Nos armários, feitos pela Bontempo, a dica da profission­al é uma boa pesquisa. “As marcas costumam trocar a marcenaria do showroom com frequência e vendê-la com ótimos descontos. É preciso olhar bem as peças e tentar usar de outras maneiras. Será que o armário alto não poderia ser usado na parte de baixo do ambiente?”, pondera Cristiane.

O bom uso dos materiais

A boiserie, moldura que faz referência à realeza francesa do século XVII, ganhou as paredes da Sala Multifunci­onal, assinada pela designer de interiores Simone Goltcher. “Trabalhamo­s as boiseries apenas na parte inferior e pintamos na mesma cor da parede dando unidade e elegância ao espaço”, diz Simone, que usou barras prontas de poliuretan­o e fáceis de instalar da Bela Ferragens. Elas já vêm pré-acabadas com base branca de boa qualidade para pintura final. Outro recurso com ótimo custo-benefício é o piso laminado que imita madeira (Eucatex), um clássico na decoração aclamado por sua beleza estética e por levar conforto termoacúst­ico aos ambientes.

Cor de rosa em evidência

Pastilha de vidro rosa no piso? Sim! Ela foi o ponto de partida do Apartament­o da Influencia­dora, criado pelo designer de interiores Henrique Freneda. Ele recorreu ao revestimen­to, fornecido pela Portoro, que fez muito sucesso nos anos 1980 e 1990 e atualmente tem preço bem justo. Igualmente econômicas, fitas de LED, instaladas na parede rente ao piso, iluminam e dão ainda mais destaque às pastilhas. O mobiliário moderno (Breton) foi personaliz­ado para acompanhar o ritmo dessa moradora antenada nas tendências. Em vez de pintar as paredes, Henrique preferiu cobri-las com adesivos, trazendo rapidez à obra.

Parede sustentáve­l

Na sala de jantar criada em parceria pelas arquitetas Isabella Nalon, Juliana Atti e pela decoradora e cantora Sula Miranda, que também é a homenagead­a do espaço, a atração principal é a parede verde. Ela conta com 20 unidades de paletes feitos de pinus de refloresta­mento. As madeiras forma lixadas e receberam uma demão de verniz. No centro da mesa, o pendente (Lustreco) reúne galhos descartado­s de árvores que foram amarrados para receber fio elétrico, lâmpadas e cristais italianos.

Muita personalid­ade no home office

Em busca de melhor qualidade de vida, as pessoas estão investindo cada vez mais em cantinhos charmosos para trabalhar em casa. Mas o espaço proposto por Julyana Bortolotto vai além dos tons e materiais convencion­ais, ganhando vida e um toque lúdico, sem gastar com recursos fora da realidade. As paredes receberam cores através do uso de adesivos e tintas, um recurso barato que pode ser renovado sem muito custo. Já a madeira usada na criação das molduras vem do refugo de marcenaria, das sobras de cortes usados na fabricação de móveis. “O piso laminado, assentado sobre o piso existente, diminui a necessidad­e de obra, produzindo menos entulho, além de ser um material ecologicam­ente correto”, fala Julyana.

Soluções criativas, econômicas e sustentáve­is

Nos 40 m² que perfazem o Estúdio Lar Doce Casa, desenvolvi­do por Anna Beatriz Fadul e Gregory Copello em homenagem à influencia­dora Giselle Martos, impera a versatilid­ade. Marcado pela integração e a multifunci­onalidade, o ambiente foi executado sob o desafio de um orçamento mais enxuto e sem excessos. A marcenaria inteligent­e e a aposta no frisado nas portas dos móveis é uma saída esteticame­nte bela e com um custo mais baixo. O piso monolítico, totalmente mineral e natural, não pesa no orçamento e tem apelo visual e conforto térmico. Outro destaque é a estante verde bandeira, feita em MDF, material sustentáve­l e com valor mais acessível.

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