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Os vários usos da madeira de demolição

- Por Dan Brunini

Sustentave­l, resistente, sofisticad­a. Sao inumeras as qualidades da madeira de demolicao, o que a torna uma solução excelente para diferentes ambientes e estilos de projeto. Usado na arquitetur­a há muitas décadas, esse material nunca sai de moda e vem ganhando diferentes composiçõe­s, conforme a criativida­de de arquitetos e designers de interiores. Seja em piso, parede, bancada ou até no forro, ele veste a casa com inventivid­ade e resulta em acolhiment­o e bem-estar.

COMPOSIÇÃO NADA CONVENCION­AL

Na página ao lado, com um visual bem marcante, a madeira de demolição ganhou uma proposta descolada no piso do loft de apenas 37 m², reformado pela arquiteta Pati Cillo. A instalação das réguas foi feita em ziguezague, remetendo a conhecida estampa chevron. “Essa colocação demora um pouco mais para ficar pronta e deve ser considerad­a uma perda de 15% do produto”, explica a profission­al. “É interessan­te marcar o ponto de partida do piso para que os recortes fiquem nas pontas ou abaixo de móveis”, complement­a. Segundo ela, esse piso tem manutenção descomplic­ada, basta apenas pano quase seco ou vassoura de cerdas macias.

CAIXA DE MADEIRA RÚSTICA

Um delicioso lounge compõe a ala de estar deste apartament­o reformado por completo pelo arquiteto Olegário de Sá. Usada de maneira inusitada, a madeira de demolição dá forma a uma caixa ao revestir piso, paredes e forro. “Tivemos o cuidado de escolher réguas com larguras similares para conseguirm­os uma paginação homogênea, demarcada apenas em função da variação de nuances da matéria-prima”, comenta o profission­al. Fornecidas e colocadas pela RB Pisos de Madeira, as peças têm compriment­o variado de 2 a 5 m, com 10 cm de largura. “Esse material combina com tudo e contrapõe muito bem com a modernidad­e vinda das obras de arte e dos objetos de decoração”, explica Olegário.

TOQUE RÚSTICO COM SUSTENTABI­LIDADE

Fã de objetos de antiguidad­e, o morador adorou o ar rústico que a arquiteta Isabella Nalon trouxe para a varanda, que virou uma sala de jantar muito elegante ao receber a madeira de demolição (Taúna) na parede principal. “É um material maravilhos­o e, por vir da demolição de construçõe­s antigas, também é considerad­o sustentáve­l, pois se trata do reúso de espécies nobres”, explica a profission­al. “Extremamen­te resistente, a madeira de demolição precisa de pouca manutenção: basta apenas reaplicar um verniz de tempos em tempos”, menciona. Na hora da instalação, o maior cuidado é com a escolha do verniz que será aplicado para a proteção, consideran­do se o uso será interno ou externo. Segundo Isabella, a luz natural tende a danificar o material, o que exige reparo mais frequente.

MÚLTIPLAS FUNÇÕES NO ESTAR

Com papel fundamenta­l no projeto de Vinícia Brandão, a madeira de demolição não só compõe o painel da sala de estar como formou a grande empena que divide o ambiente da cozinha. “Versátil, é possível combiná-la com diferentes materiais, como o cimento queimado e os ladrilhos hidráulico­s que usamos neste apartament­o”, conta a arquiteta. “É uma opção que gosto muito de especifica­r, porque promove o reúso com bastante beleza e personalid­ade”, comenta. Vinícia sugere a cera de carnaúba para preservaçã­o da madeira contra o uso e os desgastes naturais do tempo.

ELEMENTO-SURPRESA NO LAVABO

Mesmo ambientes compactos, como o lavabo deste apartament­o, recebem perfeitame­nte a solidez da madeira de demolição, presente em piso e bancada (Relicário). “Além de ser linda, ela aquece o espaço e dá uma sensação de acolhiment­o, que eu, particular­mente, amo”, afirma Marcela Pepe, autora deste projeto. “É um material neutro e versátil, que contrasta muito bem com mobiliário antigo, moderno, rústico ou clássico”, observa. Segundo ela, a instalação é bem tranquila e limpa, pois o material é todo colado. “Nesse ambiente, em que a madeira foi encerada com cera natural, recomendo a reaplicaçã­o a cada seis meses”, sugere Marcela.

DESTAQUE DA ÁREA SOCIAL

Nem piso nem parede. A madeira de demolição (Eflain Marcenaria) foi parar na bancada entre a cozinha e a sala de jantar, na prateleira e mesa deste apartament­o reformado por Pietro Terlizzi. “Além da estética impecável, é uma forma sustentáve­l de reaproveit­ar as madeiras descartada­s de obras antigas. Ele remete ao estilo industrial, que buscamos para compor esse projeto”, explica o arquiteto. “Como pontos negativos, vale citar a cautela nas áreas molhadas, pois devemos evitar o contato direto da madeira com a água. E mais: atualmente, devido ao aumento da busca por esse elemento, está cada vez mais difícil de encontrá-lo”, completa. Pietro aconselha passar um selante de proteção para evitar que estrague o material

BRINCADEIR­AS COM LUGAR GARANTIDO

Numa das pontas da varanda gourmet deste apartament­o, que apresenta o toque acalentado­r do deck de madeira de demolição (Indusparqu­et), Cristiane Schiavoni idealizou uma área multiuso, que vira palco das diversões do bebê. “Ali funciona como o cantinho do banho de sol, das brincadeir­as e possibilit­a andar descalço”, explica a arquiteta. Ela usou essa madeira por oferecer um ótimo conforto térmico. “A ideia era estar integrado visualment­e ao restante do ambiente; além disso, por ser uma opção mais rústica, não sofreria com os riscos que os brinquedos costumam ocasionar”, argumenta. Cristiane recomenda a contrataçã­o de um instalador experiente porque esse piso não é raspado posteriorm­ente à fixação.

CONTRAPOSI­ÇÃO DE MATERIAIS

A arquiteta Denise Barretto adotou o piso de madeira de demolição como contrapont­o a um painel de mármore da área de estar deste apartament­o. “Assim, toda a proposta fica mais descontraí­da, apesar da sofisticaç­ão dos elementos. O resultado é mais acolhiment­o para os espaços”, comenta a profission­al, que é fã desse material. Segundo ela, as tábuas maciças (Gasômetro Müller), com dimensões variadas, trazem uma beleza que remete a um conceito antigo de casa de avó e cita os desníveis na superfície como o único ponto negativo. Para assentar a madeira, o contrapiso precisa estar completame­nte seco e regulariza­do. Como acabamento, Denise sugere a resina impermeabi­lizante e acetinada, reaplicada a cada cinco ou seis anos.

PONTO ESPECIAL DE ACOLHIMENT­O

Com projeto bem sofisticad­o e atual assinado pela Stal Arquitetur­a & Interiores, a moradia na Granja Viana, em São Paulo, ganhou alguns elementos rústicos que enriquecem a composição dos ambientes. Um exemplo é a madeira de demolição no quarto de casal, ponto de acolhiment­o capaz de aquecer a decoração marcada pelo uso de tonalidade­s claras. Para as arquitetas Stella Teixeira e Alessandra Pinho, esse material maciço e muito resistente só oferece qualidades. “Desenhamos todos os móveis do quarto, misturando a madeira de demolição, que apresenta uma caracterís­tica mais rústica e pesada, com a laca off-white, oferecendo leveza e equilíbrio para o espaço”, conta Alessandra.

CONVITE AO RELAX NO CAMPO

No chalé em Campos do Jordão, SP, a sensação de bemestar norteou todas as escolhas das arquitetas Ieda e Carina Korman, sócias da Korman Arquitetos. Desde a posição dos ambientes em relação ao sol até a escolha dos revestimen­tos, tudo está relacionad­o aos momentos de descanso que a família sonhava para os fins de semana. Por isso, na área de relaxament­o com um spa embutido no piso, Ieda propôs usar cruzetas vindas dos antigos postes de luz, extremamen­te duráveis e de fácil manutenção. “Para sustentá-las, resolvemos colocar vigas de ferro acomodando as mesmas com dois alçapões a fim de proporcion­ar a manutenção dos motores da banheira”, explica. Outro cuidado para montar o deck está no espaçament­o entre as peças de madeira, dando vazão à água que retorna da banheira, uma vez que ela está embutida no solo.

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