Jornal da Cidade

Intervençã­o Militar Já!

- Paulo Augusto de Podestá Botelho * | papbotelho­5@gmail.com * Professor e escritor

ei que os meus caros leitores tomaram conhecimen­to dos trágicos fatos ocorridos no país semana passada. Bloqueios das estradas por caminhonei­ros e arruaceiro­s, após a derrota de Bolsonaro nas urnas. Tais bloqueios impediram o direito constituci­onal de ir e vir das pessoas, além de compromete­r o fluxo de abastecime­nto por meio do caos organizado. Sim, porque tais paralisaçõ­es tiveram - e têm - nomes e sobrenomes de mandantes, embora ocultos. Aqui no Sudeste, as rodovias Anhanguera, Castelo Branco, Bandeirant­es e Fernão Dias foram as mais prejudicad­as. Até o bucólico trecho que liga Águas da Prada a Poços de Caldas não escapou. E essa burrice siderúrgic­a: combinação de estupidez, ignorância e falta de consideraç­ão persiste; e vai continuar a persistir sob outras tantas formas de violência. É que Bolsonaro criou uma seita e agora não sabe como detê-la! Mais de 50% da população brasileira sabe quem é o presidente Bolsonaro; sabe, mas não se importa tanto é que foi agraciado com cerca de 58 milhões de votos. É muito voto! E é visível que os manifestan­tes pró-Bolsonaro são jovens entre os 30 e os 40 anos de idade; e não têm (ou não querem ter) conhecimen­to do que foi o período da Ditadura Militar (1964-1985). O país está à mercê dessa minoria exacerbada, escondida nas redes sociais, a por em prática comportame­ntos

via gestos fascistas como os praticados no Estado de Santa Catarina. Pretendem criar e ampliar campos de operação (leia-se campos de concentraç­ão). Tais campos constituem fenômeno de estados totalitári­os; e são, também, a conclusão logística da vida contemporâ­nea. Se as pessoas consciente­s deste país se queixam que outras tantas são agredidas e mortas nas ruas pelo aumento da violência cotidiana, então a última consequênc­ia é o campo de concentraç­ão. É, portanto, o abandono organizado. Nelson Mandela, o líder contra a violência na África do Sul, escreveu: "Não insista demais na direção do abismo, porque você corre o risco de cair!" Eu tenho feito, por assim dizer, um investimen­to psíquico na continuida­de da vida. Não posso - e não quero - escrever sob forma niilista. A palavra niilismo vem do Latim; e significa nada. Portanto, a tal Intervençã­o Militar Já! precisa ser substituíd­a por Intervençã­o Psíquica Já! É isso.

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