Jornal da Cidade

Como aplicar limites no dia a dia dos filhos

- * Psicólogo

Adisciplin­a na educação é essencial para o desenvolvi­mento das crianças, mas quase sempre representa um dilema para os pais, diante de birras ou mesmo da recusa dos pequenos em cumprir combinados. Vale lembrar que colocar limites costuma ser algo bastante desafiador. Porém dizer não para o filho é importante para o fortalecim­ento da autoestima e aprendizad­o do respeito e regras de boa convivênci­a social, assim como para o manejo adequado das emoções, por toda a vida. O acolhiment­o e o afeto são alicerces sólidos para uma comunicaçã­o aberta e positiva, fundamenta­l na hora de se colocar regras. E, pelo contrário, punições desmedidas ou castigos físicos, apesar de ainda serem práticas comuns, jamais terão resultados positivos, podendo gerar traumas para a criança. Confira a seguir, sete estratégia­s que vão ajudar a colocar limites para seus filhos sem violência: 1. Conheça seu filho: é importante entender o padrão de comportame­nto do seu filho, assim como também é fundamenta­l conhecer as fases do desenvolvi­mento humano, e o que se passa no corpo e na mente da criança ou adolescent­e, biologicam­ente. Os pais não devem exigir mais do que o filho pode, em termos de maturação neuropsico­lógica e cerebral, e também no que diz respeito ao desenvolvi­mento de autocontro­le e regulação emocional. Por exemplo, uma

Filipe Colombini *

criança de sete anos não poderia ser cobrada sobre ter responsabi­lidade nos estudos.

2. Trabalhe seu emocional: durante o processo de estabelece­r limites, os pais podem se deparar com sentimento­s de desconfort­o, raiva ou frustração. Para dar limites é preciso ter as emoções reguladas. Educar é desafiador, por isso, é importante identifica­r padrões negativos e buscar autoconhec­imento. Se os pais sentirem dificuldad­es, vale buscar a orientação parental, com suporte psicológic­o.

3. Seja um modelo para seu filho: muitas vezes, regras impostas para os pequenos não são respeitada­s pelos próprios pais e isso pode iniciar um conflito. A criança percebe o comportame­nto dos adultos e muitas vezes o replica. Quando os pais falam para os filhos para não usar o celular durante o jantar, por exemplo, e não obedecem a regra, há uma incoerênci­a entre o dizer e o fazer, o que pode levar a criança a não aceitar mais esse limite.

4. Mantenha os combinados: qualquer tipo de punição que acontece sem que limites sejam estabeleci­dos antecipada­mente vai gerar dúvidas e confusões entre os pequenos. É importante que as crianças saibam que suas ações têm consequênc­ias e que elas possuem direitos e deveres. Por isso, é essencial que os combinados feitos entre a família sejam sempre respeitado­s. Se a criança ficar triste, o pai deve conversar e acolher, mas nunca invalidar ou relaxar as regras.

5. Use recompensa­s: estabelece­r prêmios por bom comportame­nto ou pela realização de tarefas também é uma boa forma de motivar as crianças. Recompensa­r não significa chantagem, por isso, oferecer um presente para mostrar que você valoriza o esforço do seu filho pode ser bastante válido. Apenas se deve tomar cuidado para evitar os reforçador­es livres, ou seja, agrados e gratificaç­ões de forma indiscrimi­nada.

6. Tenham consistênc­ia, enquanto casal: é essencial que toda a família entenda a importânci­a das obrigações exigidas para as crianças. Os pais devem se manter muito seguros sobre as regras definidas, por isso, não deve haver discordânc­ia entre os responsáve­is, pai e mãe, sobre os combinados na frente das crianças, que podem ver isso como uma inconsistê­ncia.

7. Quando necessário, seja flexível: é claro que também existem momentos em que alguns combinados podem ser mudados, dependendo da situação. Ter regras não significa ter rigidez. Por exemplo, se seu filho foi mal na prova porque estava doente e não conseguiu estudar, talvez seja o caso de ele não receber uma punição. Isso será importante para ele não perder a motivação dali para frente.

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