Jornal da Cidade

Como funciona o visto para procurar emprego em Portugal

- * Advogado especializ­ado em Direito Internacio­nal e consultor de negócios internacio­nais

SQuem tem interesse em trabalhar e morar em Portugal, mas não tem direito à cidadania portuguesa, pode aproveitar outras possibilid­ades relacionad­as à imigração legal para o país. É possível solicitar um visto para procurar emprego subordinad­o com contrato. Nesse caso existem algumas condições gerais previstas na Lei de Estrangeir­os do país. Entre elas, está possuir passaporte válido e seguro-viagem e ter meios de subsistênc­ia comprovado­s durante a estadia, ou seja, 2.115€, o equivalent­e a aproximada­mente R$ 11 mil. Esse valor refere-se a três salários-mínimos de Portugal, que em 2022 é de 705€. O visto para procurar emprego em Portugal é válido apenas para quem pretende ter um trabalho subordinad­o, e não para trabalhado­res autônomos ou nômades digitais. Caso o imigrante não possua essa quantia, poderá recorrer a um estrangeir­o, ou cidadão português, que se comprometa com seus custos de moradia e alimentaçã­o durante o período de validade do visto. Nesse caso, o responsáve­l também precisa comprovar meios financeiro­s no valor de três vezes o salário-mínimo do país. É importante saber que quem for procurar emprego em Portugal poderá levar a família, sendo que os pedidos do visto principal, e do reagrupame­nto familiar, podem ser feitos ao mesmo tempo. A validade inicial do visto é de 120 dias e é possível pedir a sua prorrogaçã­o por mais 60 dias. É possível pedir a renova

Daniel Toledo * ção mais uma vez, mas há condições a cumprir, como a comprovaçã­o de capacidade financeira por mais dois meses ou renovação do suporte financeiro garantido pelo cidadão português ou estrangeir­o com autorizaçã­o de residência em Portugal. Caso o titular do visto não consiga um contrato de trabalho durante o período do visto e sua renovação, deverá retornar ao país de origem. Um novo pedido só pode ser feito um ano após o fim da validade do visto anterior. Atualmente, a Lei de Estrangeir­os em Portugal determina que seja fixado um número de oportunida­des de emprego subordinad­o que podem ser ocupadas por profission­ais não pertencent­es à União Europeia; Espaço Econômico Europeu e Estados-terceiros que possuam acordos de circulação de pessoas com Portugal. Novas regras, porém, devem retirar os limites no número de vagas de que poderão ser ocupadas por cidadãos estrangeir­os, sendo benéficas especialme­nte para cidadãos de países que pertencem à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Ainda não se sabe mais detalhes sobre quais tipos de vistos estariam incluídos nessas regras, mas é provável que se aplique a todos os tipos de vistos para Portugal. O que se sabe é que o governo quer garantir que os processos migratório­s para Portugal aconteçam de forma mais ordenada e segura, de forma que ajude a solucionar um problema que Portugal e outros países, inclusive os Estados Unidos, vêm enfrentand­o nos últimos ano que é a falta de mão de obra qualificad­a em vários setores.

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