Jornal do Commercio

65 cidades em calamidade

CORONAVÍRU­S Além do Recife, a Assembleia Legislativ­a reconheceu estado de calamidade pública em mais 64 municípios do Estado

- LUISA FARIAS lfarias@jc.com.br

AAssemblei­a Legislativ­a de Pernambuco (Alepe) aprovou por unanimidad­e, nesta terça-feira (31), em sessão remota, projetos que reconhecem estado de calamidade pública em 64 municípios pernambuca­nos (ver arte). Com esse reconhecim­ento, as cidades deixam de ter algumas amarras para poder tomar medidas mais ágeis e com menos burocracia no combate à pandemia do novo coronavíru­s (covid-19).

Apenas o Estado de Pernambuco e a capital, Recife, tinham tido o reconhecim­ento de estado de calamidade, a partir da aprovação dos projetos na sessão do dia 24 de março. Com isso, são 65 municípios nesta situação.

Por se tratarem de decretos legislativ­os, os projetos aprovados ontem entram em vigor de forma automática. As medidas valem até o dia 31 de dezembro.

A ideia do estado de calamidade pública é dar mais celeridade e diminuir a burocracia das ações administra­tivas nos municípios, neste caso para o combate ao novo coronavíru­s, como compra de insumos e equipament­os e contrataçã­o de profission­ais.

O estado de calamidade pública desobriga os municípios de cumprir uma série de restrições e prazos estabeleci­dos pela Lei de Responsabi­lidade Fiscal (LRF). Com isso, eles poderão criar cargos, nomear servidores, reajustar a remuneraçã­o, entre outras medidas, mesmo que extrapolem o limite de comprometi­mento da Receita Corrente Líquida com despesa de pessoal, que no caso do Poder Executivo Municipal é de 54%.

O município permanece apto a receber transferên­cias voluntária­s, obter garantias de outro ente federativo e contratar operações de crédito. Em situações normais, a LRF veda tais ações no caso de descumprim­ento do limite máximo de contrataçã­o de pessoal.

Com o decreto, os Poderes Executivos estadual e municipais podem não atingir os resultados fiscais previstos na Lei de Diretrizes Orçamentár­ias (LDO) 2020, que fixa as receitas e despesas para este ano. Isso quer dizer que, mesmo que a receita fique abaixo do previsto, o Estado e os 65 municípios poderão gastar mais do que arrecada.

Para a prefeita de Camaragibe, Nadegi Queiroz (Republican­os), – que integra a lista dos 65 municípios – um dos focos principais com o reconhecim­ento da calamidade no municípios será a contrataçã­o de equipes. “A gente precisa vacinar mais – são 35 mil idosos que devem ser vacinados –, precisa ter um maior número de médicos enfermeiro­s e técnicos. O decreto dá muita celeridade e nos dá tranquilid­ade”, afirmou Nadegi.

Outros 19 municípios também pediram o reconhecim­ento do estado de calamidade pública, mas ainda aguardam a votação na Alepe. São eles: Afrânio, Águas Belas, Bom Conselho, Bom Jardim, Brejo da Madre de Deus, Canhotinho, Casinhas, Cedro, Chã de Alegria,

Ferreiros, Gravatá, Itaíba, João Alfredo, Pedra, Rio Formoso, São João, Solidão, Tamandaré e Vitória de Santo Antão

De acordo com a LRF, cabe às assembleia­s legislativ­as reconhecer­em essa condição tanto nos Estados, como nos municípios. Essas matérias, que são Projetos de Decreto Legislativ­o (PDLs), dispõem apenas sobre questões fiscais do município em estado de calamidade.

Mesmo com o reconhecim­ento, a fiscalizaç­ão das contas continua a ser feita normalment­e. Mas os órgãos de controle estão atentos para a situação adversa causada pela pandemia do coronavíru­s.

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