Xangai fecha atrações e teme novas infecções
XANGAI – Inúmeros pontos turísticos em Xangai, que haviam reaberto em meados de março, fecharam suas portas novamente, em razão do temor de uma segunda onda epidêmica na China. O número de novas infecções por covid-19 despencou nas últimas semanas na China, a origem do coronavírus no final de 2019.
Vários locais da capital econômica chinesa aproveitaram a oportunidade para abrir suas portas ao público a partir de meados de março, em particular arranha-céus como a Torre de Xangai, a segunda mais alta do mundo, com 632 metros.
Mas a torre, assim como o aquário e o Museu de Cera fecharam suas portas nesta semana, disseram repórteres da AFP.
A China agora teme a contaminação de pessoas que retornam ao país e adotou medidas radicais para bloquear a entrada de estrangeiros e reduzir o tráfego aéreo internacional.
Ontem, os 48 novos casos de infecção registrados eram todos de origem importada, segundo dados do ministério da Saúde. A epidemia causou mais de 3.300 mortes no país.
WUHAN
A decisão da China de fechar a cidade de Wuhan, zona zero da pandemia de covid-19, pode ter evitado mais de 700 mil novos casos da doença ao retardar a expansão do vírus, disseram pesquisadores.
As drásticas medidas de controle tomadas pela China nos primeiros 50 dias da epidemia permitiu que houvesse um tempo valioso para outras cidades do país se prepararem e colocarem em ação suas próprias restrições, segundo um trabalho de pesquisadores de China, Estados Unidos e Reino Unido, publicado na revista Science.
Para o dia 50 da epidemia – 19 de fevereiro – tinham 30 mil casos confirmados na China, disse um dos autores do estudo, Christopher Dye, da Universidade de Oxford.
“Nossa análise sugere que sem a restrição de viagens sobre Wuhan e a resposta de emergência nacional, teria havido mais de 700.000 casos confirmados da covid-19 fora de Wuhan até essa data”, disse em comunicado. “As medidas de controle chinesas parecem ter funcionado ao romper de maneira exitosa a cadeia de transmissão, prevenindo o contato entre pessoas infectadas e suscetíveis”, ressaltou. Os pesquisadores usaram uma combinação de informações sobre os casos, de saúde pública e dados de rastreio remoto de dados de celulares para investigar a propagação do vírus.
China teme uma segunda onda epidêmica, de origem importada