Hora do sim por videoconferência
Foi através de uma videochamada de WhatsApp que o professor Marcelo Siqueira de Araújo e a perita papiloscopista Denise Coutinho Guimarães trocaram os votos de casamento. Em ação pioneira em Pernambuco, a oficialização da união por videoconferência, realizada pelo juiz da 1ª Vara de Família e Registro Civil da Capital do Recife, Clicério Bezerra, é o novo formato de casamento possível em tempos de pandemia do coronavírus. A cerimônia física foi proibida, na tentativa de impedir aglomerações no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que já tem limitado atividades e serviços presenciais.
O magistrado fez a cerimônia do Fórum Desembargador
Rodolfo Aureliano, na Ilha do Leite, área central do Recife, ligando para o casal, que se encontrava no Cartório do 6º Registro Civil, nas Graças, Zona Norte. Lá, eles ouviram uma cerimônia rápida do juiz, junto a duas testemunhas e ao oficial de registro civil. Após isso, Clicério Bezerra foi direto à pergunta principal: “É de livre e espontânea vontade que desejam se casar”? Após o sim, ele deseja felicidade aos noivos. Ele afirma que realizar casamento é o momento mais feliz para ele como juiz de família “porque é efetivar a concretização de um sonho, é fazer parte do início de uma nova vida cheia de expectativas”.
O juiz Clicério Bezerra reforça os cuidados nesse período de pandemia. “A única forma de deter a transmissão é evitando a aglomeração e o deslocamento das pessoas. Temos que fazer a nossa parte para tentar impedir a transmissão do vírus. No casos desses noivos, os trâmites já tinham finalizado e eles já tinham marcado a data da união civil”, explicou. No dia 18 de março, Clicério Bezerra realizou mais quatro casamentos da mesma forma, também no bairro das Graças.
Inspirada no primeiro casamento virtual, a magistrada da 2ª Vara Cível da Comarca de Petrolina, Juçara Figueiredo, celebrou mais quatro matrimônios por videochamada, na segunda quinzena de março.
Juçara Figueiredo explica que a solicitação de casamento nesses moldes é feita pelo próprio casal ao oficial do Cartório de Registro Civil, indicando a razão pela qual considera a cerimônia urgente.
Cerimônias presenciais no Tribunal de Justiça estão proibidas para evitar aglomerações e a possibilidade de propagar o vírus