Queda na receita do Metrô
A pandemia gerou no Metrô do Recife uma redução de 76,6% no número de passageiros e de 87,8% na arrecadação tarifária. A queda significa que, após o início da operação reduzida, o sistema metroferroviário do Grande Recife transportou 207.935 usuários e arrecadou R$ 279.130,24 a menos. Os números são da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Pernambuco.
Embora o impacto da perda de passageiros não seja pesado quanto o do sistema de transporte público por ônibus – que já iniciou a demissão de motoristas, cobradores e fiscais na RMR –, o metrô tem administração pública, com mais de 80% dos custos bancados por subsídios do governo federal. Por isso, não sente o impacto da queda de receita diretamente e agora. Sentirá em 2021, na definição do orçamento anual pela União.
O Metrô do Recife está restrito aos horários de pico desde o dia 21 de março. As Linhas Centro e Diesel operam das 6h às 9h e das 16h30 às 20h. A Linha Diesel, operada pelo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), está suspensa.
O levantamento mostra o desempenho em março, evidenciando a queda de passageiros e de receita a partir do dia 23. Também mostra que o sistema está operando com pouco mais da metade dos funcionários. Dos 1.300 profissionais da operação e manutenção, 738 permanecem em atividades presenciais – o equivalente a 56,7%.
Apesar de ser uma grande queda de demanda e receita, o superintendente do Metrô do Recife, Tiago Pontes, destaca que a redução parece ter se estabilizado. Além disso, o gestor demonstra alívio ao informar que, apesar das dificuldades que o sistema metropolitano tem enfrentado nos últimos anos, está com o orçamento de 2020 aprovado e 10% maior do que o de 2019. “Tivemos a informação agora de que o orçamento para o sistema este ano será de R$ 100 milhões. Em 2019, foi de 89 milhões”, afirmou Tiago Pontes.
ÔNIBUS
Depois de conversar com o sindicato dos motoristas, cobradores e fiscais de ônibus do Grande Recife – categorias que sofrem demissões em massa –, o Estado negociou com o setor empresarial alternativas para manter os empregos. Nada foi definido. Das onze empresas que operam o transporte de ônibus da RMR (STPP/RMR), ao menos dez teriam promovido demissões. E a expectativa é que no mínimo 60% do quadro percam os empregos por causa da queda de demanda, agora superior a 75%.