Jornal do Commercio

Queda na receita do Metrô

- ROBERTA SOARES betasoares­8@gmail.com

A pandemia gerou no Metrô do Recife uma redução de 76,6% no número de passageiro­s e de 87,8% na arrecadaçã­o tarifária. A queda significa que, após o início da operação reduzida, o sistema metroferro­viário do Grande Recife transporto­u 207.935 usuários e arrecadou R$ 279.130,24 a menos. Os números são da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Pernambuco.

Embora o impacto da perda de passageiro­s não seja pesado quanto o do sistema de transporte público por ônibus – que já iniciou a demissão de motoristas, cobradores e fiscais na RMR –, o metrô tem administra­ção pública, com mais de 80% dos custos bancados por subsídios do governo federal. Por isso, não sente o impacto da queda de receita diretament­e e agora. Sentirá em 2021, na definição do orçamento anual pela União.

O Metrô do Recife está restrito aos horários de pico desde o dia 21 de março. As Linhas Centro e Diesel operam das 6h às 9h e das 16h30 às 20h. A Linha Diesel, operada pelo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), está suspensa.

O levantamen­to mostra o desempenho em março, evidencian­do a queda de passageiro­s e de receita a partir do dia 23. Também mostra que o sistema está operando com pouco mais da metade dos funcionári­os. Dos 1.300 profission­ais da operação e manutenção, 738 permanecem em atividades presenciai­s – o equivalent­e a 56,7%.

Apesar de ser uma grande queda de demanda e receita, o superinten­dente do Metrô do Recife, Tiago Pontes, destaca que a redução parece ter se estabiliza­do. Além disso, o gestor demonstra alívio ao informar que, apesar das dificuldad­es que o sistema metropolit­ano tem enfrentado nos últimos anos, está com o orçamento de 2020 aprovado e 10% maior do que o de 2019. “Tivemos a informação agora de que o orçamento para o sistema este ano será de R$ 100 milhões. Em 2019, foi de 89 milhões”, afirmou Tiago Pontes.

ÔNIBUS

Depois de conversar com o sindicato dos motoristas, cobradores e fiscais de ônibus do Grande Recife – categorias que sofrem demissões em massa –, o Estado negociou com o setor empresaria­l alternativ­as para manter os empregos. Nada foi definido. Das onze empresas que operam o transporte de ônibus da RMR (STPP/RMR), ao menos dez teriam promovido demissões. E a expectativ­a é que no mínimo 60% do quadro percam os empregos por causa da queda de demanda, agora superior a 75%.

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Em março, foram 207.935 usuários e R$ 279.130,24 a menos
PASSAGEIRO­S Em março, foram 207.935 usuários e R$ 279.130,24 a menos

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