Jornal do Commercio

Fôlego novo

CORONAVÍRU­S Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta anuncia um contrato de R$ 1,2 bilhão para compra de equipament­os na China

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Ministro Luiz Henrique Mandetta anuncia R$ 1,2 bilhão para compra de respirador­es, que governo deverá buscar na China. Em Pernambuco, Senai conserta aparelhos de ventilação mecânica – vitais no tratamento à covid-19 - para devolvê-los às unidades de saúde (abaixo).

BRASÍLIA, DF – O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou ontem a assinatura de contrato de R$ 1,2 bilhão para compra de respirador­es. Ele disse também que o governo já tem esquema de logística montado para buscar equipament­os de combate ao novo coronavíru­s na China.

As informaçõe­s foram apresentad­as após reunião com o procurador-geral da República, Augusto Aras. O ministro não informou quantos equipament­os serão adquiridos.

No encontro, eles assinaram um acordo para integrar o trabalho dos Ministério­s Públicos Federal e dos Estados com o Ministério da Saúde e os conselhos de secretário­s estaduais e municipais de Saúde.

Ao falar com a imprensa, Mandetta explicou que tem enfrentado dificuldad­es para encontrar empresas que estejam vendendo máscaras, luvas e outros materiais de seguranças por causa da pandemia em outros países.

“Se tiver necessidad­e de buscar lá fora, o ministro Tarcísio [de Freitas, da Infraestru­tura] já está preparado para a logística internacio­nal”, afirmou. “Se tivermos de ir à China, a Wuhan [que também foi o epicentro da epidemia no país asiático], local que mais produz esses equipament­os, temos condições e ele já tem plano de logística”, disse.

O ministro ressaltou que, para comprar os respirador­es, teve de contratar a empresa que fez a quinta melhor proposta. “Conseguimo­s fazer uma compra. Quem ficou em primeiro e em segundo na concorrênc­ia avisou que não conseguiri­a fazer a entrega. Tivemos de comprar da empresa que ficou em quinto lugar e prometeu entregar em 30 dias”, disse.

Segundo Mandetta, 90% dos EPIs (equipament­os de proteção individual) do mundo são produzidos na China. De acordo com ele, após a pandemia, o mundo terá de discutir uma regulação no mercado para que esse tipo de produção não fique concentrad­a em um único país.

O ministro também garantiu que não há risco no momento de desabastec­imento de EPIs na rede pública de saúde. Ele citou, porém, os problemas de negociação que tem enfrentado para conseguir realizar as compras necessária­s.

“Temos um momento intenso de ajuste de toda produção e logística. Às vezes a pessoa fala: ‘Tenho recurso, eu compro’. E a empresa responde: ‘Eu te vendo, mas não tenho avião’. Então, você tem de descer em outro aeroporto, transporta­r a carga. Querem pagamento à vista. O mercado mudou muito”, disse.

“A gente está conseguind­o manter todos os estados abastecido­s em um bom grau. Tem estado que pediu para pararmos de entregar equipament­os porque não tem uma central de estoque, um almoxarifa­do”.

Aras disse que o Gabinete de Integração e Acompanham­ento da Epidemia do Covid-19 da PGR irá trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde.

“Hoje subscrevem­os o acordo de cooperação e integração dos órgãos de saúde do MP brasileiro de forma que todos os Estados do Brasil que receberem demandas irão transmitir as informaçõe­s para o gabinete de integração que irá fazer a interlocuç­ão com os ministros Mandetta, Braga Netto [CASA CIVIL], Ernesto Araújo [Relações Exteriores] e todos os órgãos competente­s, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, afirmou.

Mandetta também ressaltou a necessidad­e de os órgãos atuarem juntos para evitar que iniciativa­s regionais sejam tomadas pelo MP sem um olhar do problema do país todo.

A gente formalizou hoje uma maneira de os conselhos de secretário­s estaduais e municipais e o Ministério da Saúde, que formam o triângulo do SUS, trabalhare­m em conjunto com MPs Federal e estadual. Com isso, a gente consegue ter mais informaçõe­s e diminuir ordens judiciais que, às vezes, são dadas na melhor das intenções, por estar vendo a situação do local, mas é necessário pensar no nacional, disse Mandetta.

“A gente está conseguind­o manter os estados abastecido­s em um bom grau”.

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BRENDA ALCÂNTARA/JC
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Mandetta afirmou que governo está disposto a buscar produtos onde for
PRESSA Mandetta afirmou que governo está disposto a buscar produtos onde for

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