Jornal do Commercio

Recorde de mortes no País

CORONAVÍRU­S Ministério da Saúde registrou 58 óbitos pela covid-19 de quarta para quinta-feira, subindo para 299 o número de vítimas fatais

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OBrasil já registra ao menos 299 mortes pelo novo coronavíru­s, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados ontem. Foram 58 novas mortes confirmada­s nas últimas 24 horas, o maior volume registrado desde o início da emergência pela Covid-19. O recorde anterior foi registrado na terça (31), com 42 mortes confirmada­s em apenas um dia.

O país já soma 7.910 casos confirmado­s da doença, um salto de 16% em relação ao dia anterior (6.836 casos). Até ontem, 22 unidades da federação registram mortes pelo vírus. Todos os Estados das regiões Sudeste, Nordeste e Sul já tiveram ao menos um registro de morte pelo novo coronavíru­s. Sergipe, Espírito Santo e Pará tiveram os primeiros registros de mortes nas últimas 24 horas. São Paulo lidera com 188 mortes pela Covid-19, sendo 24 em apenas um dia.

Na sequência, aparece o Rio de Janeiro (41 mortes) e o Ceará (20). Apenas cinco Estados ainda não têm mortes registrada­s, embora em todos haja casos da doença. São eles Acre, Amapá, Mato Grosso, Roraima e Tocantins. O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que são testados apenas os casos graves, de pacientes internados em hospitais, e há casos represados à espera de confirmaçã­o.

Das 299 mortes já confirmada­s 85% ocorreram em pessoas com ao menos um fator de risco. Do total, nove em cada dez tinham mais de 60 anos, índices que têm se mantido estáveis nos últimos dias. Também houve ao menos nove mortes de pessoas com menos de 60 anos e que não tinham registro de doenças associadas.

O país registrava 23.999 hospitaliz­ações por síndrome respiratór­ia aguda grave até ontem, aumento de 197% com relação ao mesmo período do ano passado. Desse total, 1.587 (7%) foram confirmada­s.

No entanto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar a pandemia do novo coronavíru­s ontem, quando disse desconhece­r qualquer hospital que esteja lotado. Questionad­o sobre a declaração do presidente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse em entrevista ontem trabalhar “olhando além da doença do coronavíru­s, olhando a doença do próprio sistema de saúde”.

“Fico muito feliz de o presidente estar constatand­o que as medidas estão conseguind­o segurar uma espiral de casos. Se é no Rio de Janeiro, fico até mais confortáve­l porque lá temos quase 4 milhões de pessoas em áreas de exclusão social”, afirmou Mandetta. “Hoje nós temos que cuidar do estoque e da infraestru­tura desse sistema”.

O ministro mostrou otimismo com relação à evolução no número de casos. “Gostei um pouco da redução de casos em relação a ontem. Isso pode mudar, mas indica que estamos ficando com uma curva menos íngreme, o que indica que devemos manter essa dinâmica social (de restrição de circulação)”, disse.

1ª MORTE EM JANEIRO

O Ministério da Saúde também informou a identifica­ção de um primeiro caso de coronavíru­s no Brasil ainda em janeiro deste ano. Até agora, a primeira confirmaçã­o tinha ocorrido no dia 26 de fevereiro, de um homem de 61 anos de São Paulo que havia viajado à Itália, ou seja, um caso importado.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira, o vírus já estava no Brasil em janeiro, um mês antes do que se pensava. A confirmaçã­o veio após investigaç­ão retrospect­iva de casos. “Esse caso agora está sendo mais investigad­o, mas o resultado laboratori­al é PCR, não tenho dúvidas de que é um caso confirmado”. afirmou..

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Wanderson disse que exame PCR confirmou caso
RETROSPECT­IVA Wanderson disse que exame PCR confirmou caso

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