Jornal do Commercio

Movimento cobra reação do Estado

betasoares­8@gmail.com

- ROBERTA SOARES

As reações da sociedade diante da demissão de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da Região Metropolit­ana do Recife começaram. Uma carta de indignação diante da decisão dos empresário­s de ônibus de demitir quase dois mil profission­ais nos dias 30 e 31 de março foi assinada pelo Movimento Ética e Democracia, constituíd­o de profission­ais liberais, professore­s, profission­ais de TI e empresário­s, e encaminhad­a ao governador Paulo Câmara cobrando imediata reação do Estado. O grupo acusa o setor empresaria­l de ser oportunist­a, desumano e de estar sabotando o plano de combate à pandemia do coronavíru­s. E exige que o governador, caso o setor empresaria­l não retroceda, suspenda as permissões das operadoras de transporte.

“Ficamos estarrecid­os com o que aconteceu e com a rapidez das demissões. O setor empresaria­l não teve consideraç­ão com o esforço do governo do Estado, que vem trabalhand­o para manter o isolamento social. Os empresário­s não aguardaram, ao menos, as medidas de socorro ao emprego que vem sendo elaboradas pelo governo federal e que preveem a cobertura de 25% a 75% dos salários dos trabalhado­res pelo seguro desemprego. Foi muita falta de consideraç­ão com a sociedade. É desumano. E o que é mais grave: tudo feito com a concordânc­ia do sindicato das empresas (Urbana-PE). O governador precisa ser incisivo. Exigir responsabi­lidade social para o momento que enfrentamo­s. E, se for o caso, suspender as permissões. No caso das concessões, é ainda mais sério porque há regras determinad­as nos contratos”, critica o sociólogo e ex-secretário de Planejamen­to de Pernambuco, José Arlindo Soares, que integra o Movimento Ética e Democracia e assina o documento.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil