Movimento cobra reação do Estado
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As reações da sociedade diante da demissão de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da Região Metropolitana do Recife começaram. Uma carta de indignação diante da decisão dos empresários de ônibus de demitir quase dois mil profissionais nos dias 30 e 31 de março foi assinada pelo Movimento Ética e Democracia, constituído de profissionais liberais, professores, profissionais de TI e empresários, e encaminhada ao governador Paulo Câmara cobrando imediata reação do Estado. O grupo acusa o setor empresarial de ser oportunista, desumano e de estar sabotando o plano de combate à pandemia do coronavírus. E exige que o governador, caso o setor empresarial não retroceda, suspenda as permissões das operadoras de transporte.
“Ficamos estarrecidos com o que aconteceu e com a rapidez das demissões. O setor empresarial não teve consideração com o esforço do governo do Estado, que vem trabalhando para manter o isolamento social. Os empresários não aguardaram, ao menos, as medidas de socorro ao emprego que vem sendo elaboradas pelo governo federal e que preveem a cobertura de 25% a 75% dos salários dos trabalhadores pelo seguro desemprego. Foi muita falta de consideração com a sociedade. É desumano. E o que é mais grave: tudo feito com a concordância do sindicato das empresas (Urbana-PE). O governador precisa ser incisivo. Exigir responsabilidade social para o momento que enfrentamos. E, se for o caso, suspender as permissões. No caso das concessões, é ainda mais sério porque há regras determinadas nos contratos”, critica o sociólogo e ex-secretário de Planejamento de Pernambuco, José Arlindo Soares, que integra o Movimento Ética e Democracia e assina o documento.