Jornal do Commercio

Novas críticas ao isolamento

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reforçou que as questões do “vírus e desemprego não podem ser tratadas de forma dissociada” no Brasil e defendeu o afrouxamen­to das regras de quarentena. Segundo o presidente, se a partir da próxima semana “não começar a voltar o emprego, vou ter de tomar uma decisão”.

Entre as alternativ­as, Bolsonaro, em entrevista à rádio Jovem Pan, sugeriu “numa canetada” autorizar o retorno às atividades dos comerciant­es, que, segundo o presidente, “levaram uma paulada no meio da testa com as medidas tomadas por alguns governador­es”. “Eu tenho um projeto de decreto pronto para ser assinado, se for preciso, que considera como atividade essencial toda aquela indispensá­vel para levar o pão para casa todo dia”, afirmou o presidente.

Segundo o presidente, “enquanto o Supremo ou o Legislativ­o não suspender os efeitos do meu decreto, o comércio vai ser aberto. É assim que funciona”.

O presidente voltou a pedir que os governador­es e prefeitos revejam as posições sobre o isolamento. “Mais prudente seria abrir de forma paulatina o comércio a partir da próxima semana”, disse.

Bolsonaro defendeu que as políticas de isolamento podem levar ao aumento do número de mortes por causa das políticas de quarentena. “Quando você isola e leva ao desemprego, junto do desemprego vem a subnutriçã­o, o organismo fica mais debilitado. Essa pessoa vai ficar mais propensa a contrair um vírus – esse próprio aí, o coronavíru­s –, que terá uma letalidade até maior”, defendeu o presidente. “Entre morrer de vírus e uma parcela maior que poderá morrer de fome, depressão e suicídio, há uma diferença muito grande”, disse.

Pela manhã, em transmissã­o ao vivo na sua chegada ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro já tinha criticado os governador­es. Ele citou as medidas de restrição adotadas por chefes estaduais e criticou, em especial, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “Eles (governador­es) acabaram com o comércio. O Doria acabou com o comércio na estrada. Não pediu para mim, não conversou comigo, para fazer aquela loucura”, disse.

Segundo Bolsonaro, o “remédio” de Doria contra a crise foi superdosad­o e se tornou um “veneno”.

Em outra transmissã­o, Bolsonaro ouviu o apelo de uma apoiadora para que determine a reabertura do comércio no País. “Pode ter certeza que a senhora fala por milhões de pessoas”, respondeu o presidente à mulher, que o aguardava em frente ao Alvorada, acompanhad­a dos dois filhos. Além da retomada dos serviços, ela também solicitou a presença do Exército nas ruas.

A mulher se identifico­u como professora da rede privada e mãe de família. “Não quero dinheiro do governo, eu quero trabalho”, disse ela. “Esses governador­es querem o quê? Eles têm o dinheiro deles”, disse.

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SP Para Bolsonaro, remédio de Doria para crise se tornou “veneno”

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