Jornal do Commercio

Maia: reformas “fantasmas”

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Um dia depois de ter dito que a relação do Congresso com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) só não caminhou para um afastament­o definitivo por causa da crise do coronavíru­s, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classifico­u as reformas propostas pelo governo como “fantasmas”. Na videoconfe­rência realizada nesta quinta-feira (2), com o Santander, Maia afirmou que é preciso aproveitar esse momento para reorganiza­r a relação do Legislativ­o com o Palácio do Planalto.

“O governo fala de reformas, mas trabalhar com reforma (administra­tiva) fantasma é difícil”, disse o presidente da Câmara na videoconfe­rência. Maia afirmou que o “forte apoio” à Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) do Orçamento de guerra mostra que o Parlamento é “reformista”.

Ao pregar uma discussão envolvendo os três Poderes para enfrentar o coronavíru­s, o deputado criticou a lentidão do presidente Jair Bolsonaro em adotar medidas emergencia­is para enfrentar a pandemia. “O governo demorou e não fez de forma sistêmica um pacote organizado contra a crise”, destacou ele.

Na avaliação de Maia, Bolsonaro está um passo atrás na condução da crise. “Ficamos sempre a reboque de decisões de outros países ou a pressões da sociedade e do Parlamento”, argumentou.

Questionad­o sobre a situação dos Estados e municípios, Maia disse que é preciso separar a parte política e focar nas soluções. “Seria bom que o governo encontrass­e um caminho (para o socorro aos Estados)”, afirmou o presidente da Câmara. “Com o Plano Mansueto e recursos à saúde, podemos dar tranquilid­ade a governador­es e prefeitos”, emendou ele, numa referência à proposta de equilíbrio fiscal preparada pelo secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. A previsão é que o plano seja votado na Casa nesta sexta-feira (3).

SENADO

Os senadores Randolfe Rodrigues (AP) e Fabiano Contarato (ES), da Rede Sustentabi­lidade, apresentar­am nesta quinta uma Ação Direta de Inconstitu­cionalidad­e (ADI) junto ao Supremo Tribuna Federal (STF) contra a possibilid­ade da redução de salário por acordo individual, determinad­a pelo Programa Emergencia­l de Manutenção do Emprego e da Renda, anunciado pelo governo federal.

A medida provisória (MP) 936/2020 foi editada na quarta-feira (1º) por Bolsonaro e determina a redução da jornada e dos salários, além da suspensão dos contratos de trabalho com base em acordos individuai­s.

Também ontem, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou, nas suas redes sociais, que está curado do novo coronavíru­s. O parlamenta­r elogiou a atitude dos governador­es de manter o isolamento social e destacou o trabalho do Congresso na aprovação de medidas “importante­s para dar tranquilid­ade jurídica para o governo e a sociedade”, disse, reforçando que retomará a presidênci­a do Senado e do Congresso.

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Maia criticou Bolsonaro. Alcolumbre anunciou sua cura
LÍDERES Maia criticou Bolsonaro. Alcolumbre anunciou sua cura

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