Ministro de novo segurou a língua
Mandetta disse que não cogita pedir demissão e usou uma metáfora médica para indicar sua posição: “Médico não abandona paciente, meu filho”, respondeu ao ser indagado por jornalistas sobre as pelejas com o presidente. Ele também evitou polemizar o resultado da pesquisa Datafolha, onde tem o dobro de aprovação em relação ao “chefe”.
“Não, isso não tem nada a ver com a minha performance, nada a ver com o presidente. Nós estamos falando de instinto. Isso é o instinto de preservação da vida”, falou.
O ministro da Saúde, filiado ao DEM e ex-deputado federal por dois mandatos, ressaltou que a aprovação da pasta da Saúde é fruto do momento atual enfrentado pela população, em meio à pandemia. Por isso, as pessoas estariam mais apegadas e em busca de amparo.
Os últimos dias foram marcados por um confronto de visões entre Bolsonaro e seu ministro. O presidente segue se manifestando em defesa da abertura do comércio e outras atividades da economia. Embora evite um confronto direto, Mandetta mantém a posição em defesa do isolamento da população para evitar que o vírus se propague.
Não, isso não tem nada a ver com a minha performance, nada a ver com o presidente. Nós estamos falando de instinto. Isso é o instinto de preservação da vida”, falou Mandetta, em relação à aprovação lá no alto
Bolsonaro chegou a declarar na quinta-feira (2) que falta ao ministro “um pouco mais de humildade” e que Mandetta teria de “ouvir mais o presidente da República”.
Mandetta já havia declarado que continuaria executando seu trabalho, independente das críticas do presidente, pois “quem tem mandato, fala; quem não tem, como eu, trabalha”. “Tenho 31 anos de medicina. A gente se prepara para cuidar de pacientes. Eu já tive pacientes em que a família às vezes questiona o médico, briga, e o compromisso é com o paciente”, disse o ministro nesta sexta-feira (3), novamente usando a metáfora de que o País é seu paciente, e o presidente Jair Bolsonaro, um membro da família.